26 de setembro de 2009

2009/2010 - 06J - Rio Ave 0-0 Académica: Crónica

Muitas dúvidas e equívocos que bastassem originaram uma má partida de futebol em Vila do Conde. Rio Ave e Académica jogaram em ritmo lento, tão lento que, numa metade do jogo, a primeira, apenas criaram ocasião e meia de golo. Sim, porque o lance dos estudantes, apesar de bem delineado, passou longe da baliza de Carlos. O segundo tempo seria melhor, mas não muito, até porque as incertezas em busca de uma boa decisão para as jogadas continuaram, e levaram a tantos equívocos como no primeiro tempo.
A Académica chegava aos Arcos pressionada pelos maus resultados e o treinador Rogério Gonçalves sabia, certamente, que este era um jogo de risco: uma derrota podia levar à velha decisão de trocar o líder técnico. Por isso, até foi surpreendente o onze que os estudantes apresentaram, sobretudo com a inclusão de Vouho. Rogério Gonçalves parecia disposto a apostar alto, quando não tinha as melhores cartas de mão.
O Rio Ave actuava no habitual sistema, mas foi estranho ver uma equipa que nas jornadas anteriores tinha dado boas indicações entrar sonolenta no encontro. No grupo havia quem dissesse que o interesse do Benfica tirava o sono; se calhar, Fábio Faria contagiou os colegas. Por acaso, o central até acordou a tempo, para interromper uma jogada de Sougou, que se escapava com perigo para a área. Valeu-lhe um cartão amarelo, diga-se.
Seria o veloz senegalês a criar a meia ocasião dos estudantes no primeiro tempo, com um cruzamento de trivela. Miguel Pedro é que não conseguiu desviar bem e a bola saiu longe do poste. Do outro lado, um cruzamento longo de Zé Gomes encontrou a cabeça de Ricardo Chaves, que atirou por cima. E assim, aos 25 minutos, esgotaram-se os lances de perigo. E assim, aos 25 minutos tinha-se a certeza de que se estava perante um mau jogo.
Quem manda também se equivoca
Era quase impossível a segunda parte não ser mais animada. Pelo menos, começou a sê-lo com as substituições. Aí, Carlos Brito também se terá equivocado, com a saída de Vítor Gomes, o único que estava a dar fulgor ao meio-campo vila-condense, o único, talvez, que tinha na memória as jornadas anteriores do Rio Ave. Chidi também saía, mas aí o técnico acertou em cheio.
As alas vila-condenses foram, aliás, um problema. Chidi estava «ausente», Bruno Gama sofria boa marcação de Emídio Rafael. Com tudo isso, João Tomás andava sozinho na frente, sem bola para atirar à baliza.
E do outro lado? Antes de Rogério Gonçalves trocar o seu «equívoco» Vouho por Éder, um livre de Miguel Pedro deu a Paulo Sérgio ocasião para abrir o marcador. Mas o desvio de cabeça do camisola oito caiu nas mãos de Carlos. A melhor ocasião surgiu depois da troca de avançados, com o mesmo Miguel Pedro a servir Cris muito bem. O 17 dos estudantes atirou de pé esquerdo, mas os guarda-redes servem para isso mesmo: evitar que a bola chegue às redes e Carlos fez a melhor (única?) defesa do encontro.
Depois disso, a segunda parte foi um espelho da primeira, e só uma eventual mão de Orlando na área despertou os adeptos da casa, que queriam grande penalidade. Rio Ave e Académica tiveram um dia bom para reflexão: os vila-condenses para perceberem porque não mantiveram as exibições anteriores, para já não falar nos resultados, apesar de continuarem invictos.
Os estudantes e Rogério Gonçalves porque terão ganho tempo e não há necessidade de decidir a eleição de um novo corpo técnico para já. O empate fez o treinador ganhar tempo, mas é preciso adicionar algo ao futebol estudantil, se não o argumento dos maus resultados e exibições voltará, até porque a Briosa é agora última. Ah, em nota final, dizer que o nulo aceita-se perfeitamente. Infelizmente, porque o jogo foi pobre.

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