30 de outubro de 2009

Académica: quando o «fair play» não é uma treta

A Académica recebeu nesta quinta-feira o Prémio Fair Play relativo ao mês de Setembro, galardão atribuído pelo Sindicato dos Jogadores à equipa mais correcta em campo. Apesar de ocupar a última posição da Liga, a equipa de Coimbra mostrou que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Orlando, capitão de equipa, recebeu o prémio e destacou a preocupação dos estudantes em jogar limpo sem deixar de meter o pé quando é preciso: «É a prova de como a Académica joga o jogo pelo jogo e não precisa de recorrer a artimanhas. Vem premiar a nossa lealdade e isso é muito importante. O facto de estarmos no fundo da tabela podia fazer de nós uma equipa nervosa e, logo, mais violenta, mas isso não acontece.»
Por seu lado, o presidente do clube avançou com uma proposta interessante, para trazer mais fair play ao futebol: «Algumas regras do râguebi, se fossem adaptadas à modalidade, poderiam trazer vantagens, pois, apesar de parecer um desporto violento, é mais leal do que se possa imaginar.»

29 de outubro de 2009

2009/2010 - Taça da Liga - Beira Mar 0-0 Portimonense

Declarações


Leonardo Jardim, treinador do Beira-Mar 
"No último jogo foi a pancada no Yartey, agora sobre o Sidnei, Élio e Bruno Severino que ficam de fora por lesão. A agressividade tem o seu limite. Sobre o jogo, o resultado é injusto"


Litos, treinador do Portimonense

"Só me lembro de uma oportunidade do Beira-Mar em todo o jogo. No fim, podíamos ter marcado e ganhar mas seria injusto. O empate deixa-nos com boas possibilidades de seguir na prova"



Beira-Mar 0 | Portimonense 0

Estádio Municipal Aveiro
Árbitro Bruno Esteves (AF Setúbal)

2009/2010 - 09J - AAC - Guimarães: Saldo favorável frente ao Vitória

Nos últimos 28 anos, a Académica só por uma vez perdeu em casa frente ao V. Guimarães e foi em janeiro de 2005 por 0-2, com golos de Marco Ferreira e Targino. Desde 1981, e nas contas feitas a todas as competições, que a Briosa não era derrotada pelos minhotos a jogar em Coimbra. O saldo é, por isso, muito favorável aos estudantes, tendo em vista o jogo de segunda-feira.

28 de outubro de 2009

Taça de Portugal: Briosa recebe Beira Mar

A Académica vai receber o Beira Mar no Estádio Finibanco Cidade de Coimbra para a quarta eliminatória da Taça de Portugal, segundo ditou hoje o sorteio realizado na sede da Federação Portuguesa de Futebol.

Recorde-se que as duas equipas defrontaram-se recentemente em Coimbra numa partida que contava para a Taça da Liga e que terminou com um empate a zero bolas.

Os jogos da quarta eliminatória da Taça de Portugal disputam-se no dia 22 de Novembro.

Lista de jogos:

SC Valenciano - Belenenses
AD Oeiras - CD Pinhalnovense
AD Camacha - GR Vigor Mocidade
Naval 1º Maio - Gil Vicente FC
Vencedor do jogo Vieira SC-CD Mafra (*) - CF União
Aliados de Lordelo - Leixões SC
UD Oliveirense - FC Porto
SC Braga - Vitória FC de Setúbal
GD Chaves - União D Serra
Académica - SC Beira-Mar
SL Benfica - Vitória SC de Guimarães
FC Tirsense - FC Paços de Ferreira
CD Nacional - CD Fátima
Rio Ave FC- CD Santa Clara
GD Pescadores da Costa de Caparica - Sporting CP
SC Freamunde - União de Leiria

Villas-Boas reduziu para dois totalistas da Académica

Ainda só houve uma dezena de jogos oficiais (oito para a Liga Sagres e duas para Taça da Liga e Taça de Portugal), mas isso não impediu a Académica de já ter utilizado, nesta altura, praticamente todo o plantel. De resto, só falta mesmo estrear dois jogadores, o guarda-redes Barroca e o trinco Jonathan Bru. A maior prova desta rotação de futebolista é o número de totalistas no campeonato: apenas dois. Só Pedrinho e Orlando resistiram aos 720 minutos na prova, eles que são titularíssimos na turma estudantil desde os tempos de Domingos Paciência e que nem com Rogério Gonçalves, nem com André Villas-Boas, perderam o estatuto em questão. Também totalista, mas na Liga Safres, era Ricardo, mas no jogo do Dragão foi substituído por Rui Nereu. Cris, por seu turno, foi sempre titular, mas nem sempre completou os 90 minutos das oito partidas. Sougou e Lito também participaram em todos os desafios do campeonato, mas, por vezes, saíram do banco de suplentes.
Entretanto, o plantel começou,ontem à tarde, a preparar a recepção ao Guimarães, marcada para segunda-feira, mantendo-se Bruno Amaro como único indisponível, visto que ontem Luiz Nunes regressou aos treinos.

Villas Boas ganha novas armas para o V. Guimarães

André Villas Boas recebeu uma boa notícia nesta terça-feira, dia em que a Académica retomou os treinos, dando início à preparação do jogo com o V. Guimarães, agendado para o serão da próxima segunda-feira. O jovem técnico pôde contar com 27 jogadores no treino, ou seja, todas as opções possíveis do plantel neste momento, já que Bruno Amaro, operado em Agosto, há muito deixou de entrar nas contas dos estudantes. É a primeira vez que tal acontece desde a sua chegada a Coimbra, há duas semanas. Quer isto dizer que Miguel Fidalgo já está recuperado do traumatismo no pé direito que o impediu de ser convocado para o jogo com o F.C. Porto mas, mais importante ainda, o central Luiz Nunes está de volta depois de mês e meio de afastamento para curar uma lombalgia.
Se, por um lado, é bom para o treinador ter mais soluções, por outro, gera-se alguma expectativa para o próximo jogo, já que, na defesa, Markus Berger tem feito por justificar a titularidade e João Ribeiro, a grande surpresa no Dragão, também rubricou exibição bastante positiva.
Resta saber se, por se tratar de um jogo e adversário com características distintas, Villas Boas irá optar, também, por fazer modificações no onze inicial.

26 de outubro de 2009

2009/2010 - 08J - FC Porto 3-2 Académica: Tribunal O Jogo

O Tribunal de O JOGO

Muito mal


Hugo Miguel foi muito mal auxiliado por Ricardo Santos e por Pedro Garcia e também cometeu erros de palmatória, como por exemplo no lance do segundo golo da Académica. Noutro, Bruno Alves justificava o cartão vermelho directo ou, no mínimo, um amarelo. Os entendidos de O JOGO defendem que Sougou dominou a bola com a mão antes de reduzir o marcador. Jorge Coroado, Rosa Santos e António Rola também são unânimes em considerar que o terceiro golo do FC Porto é irregular. Leituras feitas, foi uma noite para esquecer.

Momento mais complicado


82'
Farías, autor do 3-1, está em fora-de-jogo no momento de passe de Guarín?


Jorge Coroado
-
No momento em que o passe foi efectuado, é perceptível encontrar-se Farías ligeiramente adiantado relativamente ao penúltimo defesa. O árbitro-assistente, Ricardo Santos, deveria ter assinalado fora-de-jogo e não
o fez.

Rosa Santos
-
O lance é muito duvidoso. De qualquer maneira, parece-me que Farías está em posição irregular no momento em que Guarín lhe passa a bola. O árbitro-assistente, Ricardo Santos, era o único que estava em condições de avaliar correctamente este lance. Por isso, têm que lhe ser acatadas responsabilidades.

António Rola
-
É um lance muito rápido e de julgamento difícil. Mas podemos observar que Farías, no momento do passe de Guarín, estava ligeiramente adiantado em relação ao penúltimo defesa. Mau julgamento do árbitro-assistente, Ricardo Santos.

Outros casos


53'
Sougou está mesmo em posição irregular quando lhe é passada a bola?

63'
Bruno Alves faz falta sobre Sougou passível de acção disciplinar?

65'
Há motivos para considerar que o golo de Mariano, de cabeça, é irregular?

90'+2
Sougou domina a bola com a mão antes de a empurrar para o fundo da baliza de Helton?
Jorge Coroado

-
Não. Sougou não estava em posição irregular quando a bola lhe foi passada. Precipitou-se o árbitro-assistente Pedro Garcia.

-
Depois de ter derrubado Sougou, e com este já no chão, Bruno Alves, com o pé direito, pontapeou a cabeça do adversário. Faltou cartão vermelho.

+
O autor do golo não estava em fora-de-jogo, não havendo nada a apontar. O facto de Farías estar não é motivado para intervenção da equipa de arbitragem.

+
Há um gesto do jogador da Académica não devidamente esclarecido. O benefício da dúvida deve ser atribuído ao árbitro.

Rosa Santos

-
Não estava, não senhor. O avançado da Académica, Sougou, estava ligeiramente atrasado em relação à posição do penúltimo defesa.

-
É uma entrada extemporânea de Bruno Alves. O árbitro podia ter mostrado cartão vermelho, uma vez que, depois, pontapeia o adversário.

+
Não é irregular. No momento da cabeçada de Mariano, há um jogador do FC Porto que sai de uma posição legal e não perturba a acção de Rui Nereu.

-
Sim senhor. Sougou domina a bola com o braço para ficar com esta em condições de a rematar com êxito. Má interpretação do árbitro de Lisboa.

António Rola

-
Não. No momento do passe do seu colega, Sougou estava em posição legal. Decisão desajustada do árbitro-assistente Pedro Garcia.

-
Bruno Alves, com a sua forma habitual de jogar, impõe alguma agressividade em alguns lances. Neste caso concreto, para além da falta técnica, justificava-se o cartão amarelo.

+
Não. Mariano cabeceou a bola em direcção à baliza adversária e Farías tenta cabecear a mesma numa posição correcta. Sendo assim, o golo é legal.

-
Sim. Sougou, com o braço esquerdo, domina a bola de forma irregular. Logo, o golo que obteve deveria ter sido invalidado.

Apreciação global


Jorge Coroado

Apesar de resultado incerto, jogo sem problemas de maior. O árbitro esteve regular, desatento apenas em questões disciplinares. A ajuda dos assistentes deveria ter sido mais atenta e rigorosa.

Rosa Santos

Foi um trabalho fraco de um árbitro convencido que já é um grande árbitro; não marcou faltas claras e assinalou outras de menor relevância. Ainda por cima foi muito mal auxiliado.

António Rola

Num jogo calmo e fácil de dirigir, houve erros a mais por parte da equipa de arbitragem. Como seria se o jogo tivesse um maior índice de dificuldade?

2009/2010 - 08J - FC Porto 3-2 Académica: Opiniões

Jesualdo Ferreira, treinador do F.C. Porto:
«Quando uma equipa como o F.C. Porto, que tem de ganhar sempre, frente a um adversário que se fechou muito nem, descomprime, às vezes acontecem estas situações. É nestes momentos que a equipa tem de ganhar maturidade. Penso que o segundo golo da Académica já não devia ter acontecido, o F.C. Porto podia ter feito mais. A Académica depois do primeiro golo também começou à procura de outro resultado e isso tornou-se mais fácil. Precisamos de mais segurança e uma exigência mais lúcida.»
André Villas Boas, treinador da Académica:
«Os jogadores foram agressivos, disciplinados, concentrados. O que fizemos na primeira parte queríamos transportar para a segunda, mas o F.C. Porto esteve muito bem nas substituições que fez. Saímos satisfeitos porque estamos a construir uma organização, porque os jogadores lutaram e queremos chegar a uma vitória.»

André Villas Boas, treinador da Académica, considerou que a mudança do F.C. Porto para 4x4x2 complicou a tarefa da Académica no Estádio do Dragão. O técnico, em estreia absoluta na Liga, ficou satisfeito com a resposta dos seus atletas.
«Com o F.C. Porto em 4x4x2 perdemos algumas referências. Na primeira parte estivemos muito compactos e conseguimos o que pretendíamos. Obrigámos o F.C. Porto a fazer um jogo lento e enervámos o público. Na segunda parte o Porto melhorou, mas fizemos sempre um jogo positivo. Os jogadores estão a perceber o que quero deles.»
O que pretende desta Académica no futuro?
«Precisamos de uma primeira vitória, para nos aproximarmos dos clubes que estão à nossa frente. E depois vamos passo a passo em busca de outros objectivos.»
O que lhe disse Jesualdo Ferreira?
«No princípio falámos e ele disse-me que não me conhecia. No fim só nos cumprimentámos. Nunca tínhamos estado juntos.»

Miguel Pedro, avançado da Académica, comenta o golo marcado e a derrota da sua equipa no Dragão, neste domingo, na oitava jornada do campeonato, ao «flash interview» da RTP1: «Antes de mais, queria agradecer ao departamento médico da Académica, pelo milagre de me ter recuperado a tempo de jogar. O F.C. Porto é uma equipa forte, nós batemo-nos o jogo todo, mas eles têm jogadores que fazem a diferença.» 

Cristian Rodriguez, extremo do F.C. Porto, mostrou-se satisfeito com o triunfo da equipa frente a Académica. O jogador foi substituído e seguiu para os balneários, depois de passar pelo banco, mas não tomou essa atitude por descontentamento em relação à opção de Jesualdo Ferreira: «Estou contente, porque o importante é vencer, somar pontos e continuar na luta. Saí por decisão do treinador, Farías entrou e até marcou dois golos. Vou contente para casa, amanhã é mais um dia para melhorar. Ainda falta muito campeonato, estamos a procurar melhorar e temos de esperar um final melhor que o ano passado. Fui para o balneário porque tenho o olho vermelho, muito inflamado, e em termos pessoais também estava triste porque não rendi o que pretendia. Não estou chateado com o treinador, ele é que toma as decisões. Eu já sinto bem, em termos físicos.»

2009/2010 - 08J - FC Porto 3-2 Académica: Crónica

Jesualdo Ferreira deu mais uma lição no 150º jogo como treinador do F.C. Porto. O aluno Villas Boas, com pinta de traquina, juntou os estudantes num bloco baixo, o Dragão bocejou durante uma hora mas despertou na medida certa. Mariano, o mal-amado, ficou em campo por teimosia do professor. Resultado: um golo e uma assistência. Farías saltou do banco para completar a obra. A Académica nunca desistiu (3-2).
O F.C. Porto foi medíocre, mau até, durante largo período. A vitória disfarça uma exibição sem chama de Dragão, antes do minuto 66, o momento de viragem. Os campeões cresceram, ameaçaram esmagar o último classificado, mas ficaram sempre demasiado perto da mediania. À medida das necessidades.
Os dragões entraram em campo com o mesmo figurino. Fucile surgia pelo corredor direito, na confirmação de uma temporada de grande nível. Um pique, um cruzamento, uma picada. O lateral terminava a sua história aí. Com cinco minutos de jogo, surgia Sapunaru.
A lesão de Jorge Fucile aumentava o cinzentismo do cenário. Uma noite fria no Porto, muitas cadeiras vazias (menos de 30 mil espectadores), um banco de suplentes sem grandes soluções ofensivas.

André Villas Boas motivava desconfiança generalizada. Pinta de Mourinho, estágio prolongado com um homem que deixou imensas saudades no Porto. Do outro lado, Jesualdo Ferreira, 150 jogos como treinador dos dragões. Em três anos, três campeonatos, afastando continuamente os contestatários. Silenciando-os, pelo menos. Ao primeiro deslize, eles voltam.
Mudem a música!
Aceleremos o filme de jogo para o minuto 41. Cristian Rodriguez dispara de fora da área. Rui Nereu faz a sua primeira defesa! Até então, mais Académica, um atrevimento proporcional à falta de inspiração do F.C. Porto, com insatisfação crescente nas bancadas. Desta vez, o problema não era Mariano. Hulk falhava, Fernando também, Meireles idem. Uma espiral de equívocos. Resta pouco ou nada para contar sobre aquela etapa inicial.
A festa de Jesualdo Ferreira, a celebração dos 150 jogos, começava mal. A música não encantava os presentes e apenas um convidado, indesejado por sinal, dançava com deleite. A Académica, arrumadinha e surpreendente, estudara bem a sua lição.
O espectador desinteressado olhava para o espectáculo com sobranceria. Ao intervalo, multiplicavam-se os bocejos. Os pessimistas faziam contas à vida e temiam uma metade, a segunda, ainda mais enervante. Poucas soluções no banco, clausura natural do adversário, nervos a acompanhar os ponteiros do relógio.
Rodriguez? Mariano!
Minuto 58. Jesualdo Ferreira repete a substituição operada frente ao APOEL. Sai Rodriguez, Mariano fica. Os adeptos soltam a maior assobiadela da noite. O uruguaio pontapeia uma garrafa e segue para os balneários, depois de passar pelo banco. O argentino tenta esquecer. Passa por dois adversários e cruza para fora. Mais dois pelo caminho, remate para a bancada. Não estava ali o problema.
Hulk abanou a baliza, com uma bomba ao poste, mas a noite preparava-se para a maior lição do professor. Mariano, esse mesmo, surge a cabecear na zona de penalty. As redes abanam, os SuperDragões saúdam o «patinho feio». A Académica sofre o primeiro golpe e cai logo depois, quando Mariano (sim, a repetição do nome é justificada) foge pela direita e cruza para Farías. Orlando falha o corte, Ernesto não perdoa.
Miguel Pedro ainda marcou um golaço, para premiar a arrumação estudantil, Ernesto Farías (partindo de posição duvidosa) bisou para a aparente tranquilidade mas Sougou recuperou alguns contestatários com o segundo golo da Académica, em cima da meta (3-2). O F.C. Porto iguala o Benfica, à condição, e fica a três pontos do líder Sp. Braga, antes do duelo entre encarnados. Alguém se importa com as dificuldades?

2009/2010 - 08J - FC Porto 3-2 Académica: Ficha de Jogo

FC Porto - Académica
Estádio do Dragão, no Porto – 8ª jornada da Liga Sagres
20:15


FC Porto: Helton; Fucile (Sapunaru, 5´), Rolando, Bruno Alves e Alvaro Pereira; Raul Meireles, Fernando e Rodríguez (Farías, 58´); Mariano, Falcao e Hulk.

Suplentes: Beto, Sapunaru, Maicon, Nuno André Coelho, Sebastián Prediguer, Freddy Guarín e Ernesto Farías.

Treinador: Jesualdo Ferreira


Académica: Rui Nereu; Pedrinho, Berger, Orlando e Emídio Rafael; Nuno Coelho (Éder, 71´), Cris e Tiero (Diogo Gomes, 84´); Sougou, João Ribeiro e Lito (Miguel Pedro, 66´)

Suplentes: Ricardo, Amoreirinha, Hélder Cabral, Paulo Sérgio, Diogo Gomes, Éder e Miguel Pedro.

Treinador: André Villas Boas


Árbitro: Hugo Miguel, da AF Lisboa

Disciplina: Cartão amarelo a Bruno Alves, 66´, Berger, 87´

Ao intervalo: 0-0

Resultado final: 3-2

Marcadores: 1-0 Mariano, 66´; 2-0 Farías, 68´; 2-1 Miguel Pedro, 76´; 3-1 Farías, 82´; 3-2 Sougou, 90´
Espectadores: 29 209

25 de outubro de 2009

FC Porto - Académica: Convocados

Miguel Pedro foi dado como apto e está no lote de eleitos para a partida diante do FC Porto. Ao invés, Miguel Fidalgo, que se lesionou no treino de sexta-feira, é «baixa» nos eleitos de André Villas Boas.

Miguel Fidalgo é mesmo a única saída em relação à última convocatória, registando-se, porém, as entradas de Hélder Cabral e Jonathan Bru, pelo que Villas Boas alargou a lista a 20 jogadores.

Indisponíveis devido a lesão continuam ainda o defesa central Luiz Nunes e o médio Bruno Amaro.

Eis a lista completa de convocados:

Guarda-redes: Rui Nereu e Ricardo;

Defesas: Amoreirinha, Berger, Orlando, Pedrinho, Emídio Rafael, Pedro Costa e Hélder Cabral;

Médios: Paulo Sérgio, Cris, Jonathan Bru, Tiero, Nuno Coelho e Diogo Gomes;

Avançados: Miguel Pedro, Lito, Sougou, Éder e João Ribeiro.

Villas Boas: «Empatar com o F.C. Porto será positivo»

O treinador da Académica, André Villas Boas, admite que, no encontro com o F.C. Porto, «empatar será positivo» e explica porquê: «A Académica para o Fucile é uma equipa complicadíssima. O F.C. Porto para mim é uma equipa complicadíssima. Tetracampeã nacional, uma equipa que, permanentemente, joga na Liga dos Campeões, que há cinco anos foi campeã europeia e há seis ganhou a Taça UEFA. Acima de tudo, é o F.C. Porto que é complicadíssimo. A Académica está a construir uma organização, para que se possa tornar numa equipa complicadíssima.» A estratégia não é tudo. Por isso, Villas Boas quer a máxima entrega em campo: «Além dos pontos estratégicos que delineámos entre nós, é decisivo que cada dê o máximo de si próprio. Disse aos jogadores no início da semana: Jogámos com o Portimonense e tiveram o máximo de empenho e dedicação durante a semana e no jogo. Imaginem o que um jogo contra o tetracampeão exigirá de vocês mesmos. Pensem bem no que é preciso fazer.»
O técnico deixa a ideia de que sabe onde deverá "atacar". Ou melhor, sabe quais são os pontos fracos dos dragões, mas o segredo continua a ser a alma do negócio: «Não vou dizer quais são, se não vou dar uma ajuda ao F.C. Porto. É uma equipa extremamente competitiva, com rotinas acumuladas ano após ano, se bem que há mudanças radicais de jogadores. Há toda uma cultura implementada, que é transmitida para os atletas que chegam. É uma equipa extremamente objectiva e agressiva, na forma como sai para o ataque. Torna-se cada vez mais perigosa em transição ofensiva e faz potenciar as características de jogadores como o Hulk ou o Rodríguez. Tem todo o conforto de uma série de líderes que transportam a mística do F.C. Porto para o campo.»
Villas Boas deixou a ideia de que não pretende centrar a sua atenção em apenas alguns atletas: «Não acredito em marcações individuais, acredito em comportamentos zonais e zonas de pressão, em agressividade e concentração.»
Dragões «estarão ao seu nível máximo em termos de concentração»
O facto de o F.C. Porto ter jogado durante a semana, para a Liga dos Campeões, não é visto como uma vantagem. «Os jogadores estarão ao seu nível máximo em termos de concentração, porque há uma mudança de treinador na Académica».
André Villas Boas está concentrado em vencer o F.C. Porto. Até porque um bom resultado poderá moralizar a equipa e auxiliá-la a chegar ao primeiro objectivo, a manutenção: «Pode ajudar um bom resultado no Dragão. Pode ser uma forma de as pessoas olharem para nós de outra maneira. Um empate ou uma vitória trará grande mudança aos jogadores.»

23 de outubro de 2009

Miguel Pedro recupera para o Dragão

Miguel Pedro foi a grande novidade do treino da Académica desta quinta-feira, realizado no Estádio Cidade de Coimbra. O avançado, que se mantinha em recuperação de uma entorse no tornozelo direito sofrida no jogo com o Portimonense, surgiu no relvado pela primeira vez esta semana e cumpriu os exercícios propostos sem limitações, pelo menos durante os 15 minutos abertos ao público e comunicação social.
Inicialmente posto de parte para o jogo com o F.C. Porto, este domingo, no Dragão, surge agora a possibilidade de o jogador poder fazer parte das opções para o encontro, embora os médicos continuem a ser cuidados na análise.
Caso de confirme a disponibilidade de Miguel Pedro para a partida, adensa-se a dúvida quanto ao escolhido para ocupar o lado esquerdo do ataque, já que a equipa melhorou, domingo passado, justamente quando Lito entrou para substituir o colega lesionado. De qualquer forma, também é possível escalar um onze com os dois jogadores presentes, mas isso implicaria a saída de um dos médios (Cris ou Tiero) ou então do ponta-de-lança, neste caso Miguel Pedro.
Definitivamente de fora do jogo no Dragão estão Luiz Nunes, a recuperar há mais de um mês de uma lombalgia, e Bruno Amaro, com regresso previsto apenas para Janeiro.

Pedrinho: «Hulk é excelente mas o F.C. Porto vale pelo todo»

A Académica desloca-se ao Dragão no próximo domingo, na estreia de André Villas Boas em jogos para o Campeonato, e o respeito pelo adversário transpira em cada palavra dos jogadores da Briosa. É o caso de Pedrinho, que analisa a partida com total pragmatismo, ciente de que este será, até ao momento, o encontro mais complicado para os de Coimbra, que ocupam actualmente o último lugar da Liga.
«É mais um jogo, sabemos que o F.C. Porto é favorito, pois tem uma excelente equipa, e a Académica vai tentar fazer o seu jogo. É um adversário forte, que luta para ser campeão, objectivo diferente do nosso», começa por analisar o lateral-direito da Briosa, que se recusa a falar em percentagens de possível sucesso para a sua equipa: «No futebol isso não existe. Temos de fazer o nosso jogo e contrariar pontos fortes do adversário. No Dragão, temos de nos superiorizar, cada tem de dar o melhor de si para sairmos com um bom resultado. Não há equipas ideais [para vencer a crise], é o próximo jogo e vamos tentar contrariar o favoritismo do F.C. Porto.»
Depois de mais uma grande exibição de Hulk, decisivo para a vitória dos campeões nacionais sobre o Apoel, para a Liga do Campeões, é natural que se fale do peso do brasileiro na equipa de Jesualdo Ferreira. Pedrinho reconhece que se trata de um jogador importante mas não é o único com que os estudantes vão ter de se preocupar: «O F.C. Porto vale pelo seu conjunto. Trata-se de um excelente jogador, mas a equipa já mostrou, em diversas ocasiões, que tem vários elementos que podem decidir. Não sei se é o melhor jogador da Liga, mas é seguramente um dos melhores.»
As diferenças entre as duas equipas estão bem patentes nos testemunhos da História, que dita um longo jejum (37 anos) sem vitórias da Académica em casa dos dragões. Algo que não tem sido tema de conversa nos balneários, de acordo com o defesa, que prefere ver a situação sob um prisma diferente: «Temos conseguido bons resultados com os grandes nos últimos anos, só falta mesmo o F.C. Porto. Logo, temos um bom tónico para a partida.»
André Villas Boas leva pouco mais de uma semana a trabalhar em Coimbra mas já conseguiu o primeiro triunfo da época e está a impressionar os jogadores com uma nova metodologia de treino. Os resultados estão à vista: «Em termos anímicos e motivação temos vindo a melhorar e, no último jogo, já conseguimos uma vitória, que é sempre moralizador. O ambiente é bom, ainda nos estamos a adaptar aos novos métodos e estamos a gostar. Os processos são diferentes, mais vocacionados para o jogo.»

22 de outubro de 2009

Nuno Coelho e o «regresso especial» ao Dragão

O próximo jogo da Académica, no Dragão, terá um significado diferente para Nuno Coelho, único jogador do actual plantel da Briosa que já passou pelo clube da Invicta. O jovem médio teve até de tomar uma decisão na pré-época, ao rescindir com os campeões nacionais para poder vincular-se em definitivo aos estudantes, colocando ponto final a uma ligação já longa. «Será sempre um jogo especial pelos cinco anos de ligação que tive àquele grande clube», confessa o camisola 66 da Briosa, que rumou ao Porto com 16 anos, proveniente do Sp. Covilhã, para cumprir ainda uns meses nos juniores antes de ingressar na extinta equipa B dos dragões.
Do seu tempo, apenas o outro Nuno Coelho, este com André pelo meio, continua no plantel portista, embora o convívio nas selecções o tenham tornado também amigo de Varela e Miguel Lopes, por exemplo. «Vou falar com o Nuno de certeza, até porque o faço regularmente, nem que seja pela net. Vamos brincar um pouco com a situação. Só peço que, desta vez, lhe consiga ganhar porque estamos mesmo a precisar de um bom resultado.»
O facto de partilharem o mesmo nome já levou a várias confusões, sobretudo quando estavam nos mesmos clubes, neste caso o F.C. Porto mas também o Portimonense, onde jogaram por empréstimo dos azuis e brancos. «Já estamos habituados. Lembro-me uma vez, num jogo no Bessa, em que o meu nome aparecia na ficha mas depois a foto era a dele. Também já aconteceu encontrarem-me na rua e felicitarem-me por estar no F.C. Porto mas eu tenho de responder: não sou eu, é outro rapaz com o mesmo nome [risos]», revela, divertido, o jogador dos estudantes.
Festejar mas com moderação
A pergunta é já um clássico quando em causa está um reencontro com uma antiga equipa. No caso de Nuno Coelho, o facto de não ser propriamente um jogador com relações muito próximas com o golo, a questão fica facilitada, mas a verdade é que o jovem médio já pensou no que irá fazer se acaso marcar em pleno Dragão: «Se tiver essa felicidade, vou festejar porque será um momento de satisfação para mim e para a equipa. Talvez não o faça de uma forma efusiva como faria se fosse noutro palco, mas não deixarei de celebrar na ocasião.»
Nuno Coelho não esquece os anos em que foi mais um dos filhos do Dragão mas sabe que, como em tudo na vida, chega uma altura de virar a página. Para trás, ficam as memórias. Boas memórias, por sinal. «Tenho muito a agradecer àquele clube pelos últimos cincos anos mas o meu contrato com eles terminou e agora defendo outra equipa. O meu maior objectivo é ajudar a Académica», finaliza.

André Villas-Boas no Dragão para terminar jejum de 38 anos

O destino (ou o calendário, se quiserem) tem destas coisas. A estreia absoluta de André Villas-Boas no escalão primodivisionário terá lugar, no domingo à noite (20h15), frente a um clube que o jovem técnico conhece bem. Será frente ao FC Porto, no Estádio do Dragão, que o sucessor de Rogério Gonçalves irá debutar na Liga Sagres. Foi, precisamente, no emblema da Cidade Invicta que o até há bem pouco tempo colaborador de José Mourinho iniciou a carreira como treinador, mais concretamente nos escalões jovens do emblema azul e branco, tendo, mais tarde, integrado a equipa técnica de José Mourinho em dois anos sensacionais para o FC Porto, que para além dos títulos nacionais conquistou a já extinta Taça UEFA em Sevilha, frente aos escoceses do Celtic (2002/2003) e a Liga dos Campeões, em Gelsenkirchen(2004/2005), diante do Mónaco.
Este não será, certamente, o primeiro regresso de Villas-Boas ao Dragão enquanto antagonista - pelo Chelsea defrontou o FC Porto para a Liga dos Campeões -, mas este reencontro será especial, até porque, desta vez, André tem um papel bem mais importante. Curiosamente, o treinador dos estudantes até esteve, ontem à noite, numa missão muito idêntica à que fazia, recentemente, no Inter e no Chelsea. Foi observar e tirar notas do adversário de domingo, durante o encontro com o Apoel, para a Liga dos Campeões.
Mas não será um regresso assim tão simples ao Porto. Para além das dificuldades naturais de defrontar um tetracampeão nacional há outro pormenor que André Villas-Boas também tentará combater: a história. É que o último triunfo da Académica no reduto dos portistas data de 31 de Outubro de 1971. Foi por 2-3, numa altura em que Juca comandava os destinos dos capas negras. Aliás, desde esse dia, o melhor que a Briosa conseguiu foi empatar a uma bola, em 2004/2005, na derradeira jornada do campeonato. Foi um golo de Joeano que silenciou o Estádio do Dragão, até porque as uns metros dali, no Bessa, o Benfica preparava-se para festejar o título de campeão nacional, ao empatar, também a um golo, com o Boavista.

21 de outubro de 2009

AAC/OAF: Diário nacional publicou notícia lamentável

A Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol vem por este meio manifestar o seu profundo desagrado pelo facto de um dos jornais portugueses com maior importância no panorama nacional ter publicado, no passado dia 19 de Outubro, uma notícia absolutamente lamentável.

O jornal em causa, "Correio da Manhã", noticia desta forma a vitória da Académica sobre o Portimonense, no último domingo: "Tiero salva Villas Boas com golo nos descontos". Apresentamos pois, de seguida, algumas das frases presentes na notícia que representam o motivo da nossa preocupação.

"(...)Os estudantes entraram motivados e de tanto lutar inauguraram o marcador aos 41´por Miguel Fidalgo, que fez a bola entrar encostada ao poste esquerdo, após canto de Lito. Os algarvios reagiram na segunda parte e chegaram ao empate, por Pires. Mas os locais nunca desistiram e, já nos descontos, Tiero fez o 2-1."(...).

Uma vez que o jornalista que assina a notícia recebeu acreditação para o jogo em causa, estando por isso presente no mesmo, não deixa de ser bastante preocupante o facto da notícia apresentar uma série de informações incorrectas. Recorde-se que o golo de Tiero aconteceu na primeira parte, fazendo na altura o 2-0, pelo que a partida nunca chegou a estar empatada a uma bola, tal como noticia o "Correio da Manhã".

No próprio dia em que a notícia foi publicada no referido jornal, a Académica/OAF entrou em contacto com o "Correio da Manhã" na tentativa de perceber o que terá acontecido para que a notícia tenha sido assim publicada. Foi-nos dito que tudo não passou de um erro na edição, e que tal voltaria a não acontecer.

Por isso, a Académica/OAF, depois de ter informado o jornal do erro que cometeu, esperou serenamente que na edição de hoje o "Correio da Manhã" publicasse uma errata nesse sentido.

Como tal não aconteceu, a Académica/OAF vem por este meio denunciar a situação junto dos seus Sócios e simpatizantes, esperando que erros graves como estes não voltem a suceder.

José Aduardo Simões em nova polémica

O jogo entre a Académica e o Portimonense, no domingo, serviu para espoletar a mais recente polémica em redor de José Eduardo Simões. No final da partida, Fernando Rocha, presidente do Portimonense, ter-se-á dirigido ao presidente dos estudantes e este ter-se-á mostrado "um anfitrião algo distante", segundo fonte ligada ao clube algarvio.
Fernando Rocha lamenta publicamente (à comunicação social) o sucedido, esclarece os motivos da discórdia e revela o convite que Simões fez a Lito Vidigal, antes de contratar Villas Boas. "O presidente de um clube deveria, em primeiro lugar, falar com o presidente do outro clube, quando quer contratar um treinador". Simões, alegadamente incomodado por não ter levado um "sim" do Portimonense, terá então protagonizado um encontro menos saudável entre ambos os dirigentes.
Independentemente da abordagem a Lito Vidigal, sabe-se que se mantém firme o enorme voto de confiança em Villas Boas, mesmo que este não tenha sido, ao que se sabe agora, a primeira opção de Simões.

Bischoff recupera para o Dragão em treino sintético

A Académica deu início na manhã desta terça-feira à preparação para o jogo com o F.C. Porto, no Dragão, agendado para o próximo domingo, num treino diferente, já que André Villas Boas, provavelmente para poupar o relvado principal, decidiu ministrar a sessão num dos campos sintéticos da academia.
A maior novidade residiu no regresso de Amaury Bischoff, uma semana depois de ter sofrido uma contractura na coxa esquerda. Pelo menos durante os cerca de 15 minutos abertos ao público, foi possível ver o luso-francês evoluir sem limitações, ao contrário de Luiz Nunes que continua a fazer corrida, sob as ordens do fisioterapeuta Miguel Rocha.
Quem não vai poder jogar no Dragão é Miguel Pedro, devido à entorse sofrida durante o jogo com o Portimonense, sendo a segunda baixa para o jogo já que Bruno Amaro há muito se encontra fora das opções.

Berger sobre Villas Boas: «Assim vale a pena»

André Villas Boas trouxe novos métodos de trabalho à Académica e algumas mudanças na equipa. Coincidência ou não, a chegada do jovem técnico levou os estudantes à primeira vitória da época, por 2-1, para a Taça de Portugal, frente ao Portimonense. E quando assim é, tudo se altera, especialmente se tivermos em conta que a Briosa perseguia um momento de felicidade como este desde o início da época, há cerca de dois meses.
Entre as novas opções do antigo colaborador de José Mourinho está o «improvável» Markus Berger, o central que esteve com um pé fora do clube em várias ocasiões, teve problemas disciplinares com Domingos Paciência e não passava de um número nos treinos com Rogério Gonçalves. Tudo somado, o austríaco estava há quase seis meses sem jogar, até que Villas Boas decidiu dar-lhe a titularidade no último domingo.
«Acho que fizemos um bom jogo, controlámos sempre os acontecimentos, e tivemos muitas oportunidades. Poderíamos ter vencido por três ou quarto a um. Fiquei satisfeito mas toda a equipa fez um excelente trabalho nas últimas duas semanas. Assim vale a pena. Temos muito a melhorar e esta foi apenas uma vitória, mas que é muito importante pois vai dar-nos confiança para os próximos jogos», realça o defesa dos estudantes.
Sem querer estabelecer um paralelo explícito com o que ficou para trás, o irmão de Heinz-Peter Berger, guarda-redes do Leixões, não deixa de destacar aquilo que foi feito nas últimos 15 dias - ou seja, desde a saída de Rogério Gonçalves -, mostrando optimismo quanto ao futuro: «Não quero falar do passado. Apenas digo que temos estado a trabalhar bem e, como vamos ter muitos jogos ainda pela frente, há que continuar assim porque estamos a precisar de pontos.»
Agora que conseguiu o mais difícil, isto é, voltar à equipa, Berger quer consolidar um lugar no onze e promete continuar a lutar para atingir esse objectivo. «Eu tenho uma atitude sempre igual, trabalho nos treinos todos os dias no limite. Depois, cabe ao treinador fazer as suas escolhas», finaliza o central da Briosa.

18 de outubro de 2009

2009/2010 - Taça de Portugal: Académica 2-1 Portimonense: Opiniões

André Villas Boas, treinador da Académica, que se estreou no banco dos estudantes com uma vitória (2-1) sobre o Portimonense, para a Taça de Portugal, este domingo, em Coimbra:
«Foi uma vitória difícil. Se não tivéssemos sofrido o golo tão cedo na segunda parte penso que poderíamos ter apresentado melhor qualidade de jogo, mas fiquei bastante satisfeito tendo em conta que só tivemos quatro dias para assimilar tanta coisa. Disse aos jogadores que todos iam partir do zero e, em função dos treinos, tomei algumas decisões, em conjunto com a restante equipa técnica. Era a vitória de que a Académica precisava mas também precisamos de uma no Campeonato, porque é essa que vai dar ânimo nessa competição. Esperemos que aconteça o mais rápido possível. Já no Dragão? Vamos com calma. É um jogo extremamente difícil. O F.C. Porto muda bastante de ano para ano mas continua muito competitivo e a propor espectáculo.Tem todas as rotinas que a Académica não tem.»

Lito Vidigal, treinador do Portimonense, no final da derrota, por 2-1, em Coimbra, frente à Académica e que ditou a eliminação dos algarvios da Taça de Portugal:
«A Académica foi mais feliz, já que marcou dois golos. Penso que até tivemos mais qualidade de jogo na primeira parte mas não conseguimos concretizar. Eles acabaram por marcar em dois lances fortuitos e depois tivemos de correr atrás do prejuízo. O importante é dar os parabéns aos jogadores e, se continuarmos a jogar assim, penso que teremos um bom futuro. Temos um jogo importante para a semana, com uma equipa, essa sim, do nosso escalão. Julgo que jogámos bem, tivemos boa circulação de bola e situações de golo mas não gosto de vitória morais. O que é certo é que perdemos.
[É possível pensar na subida?] Continuamos a sonhar. Estamos a fazer coisas positivas mas o que nos faz falta é fazer mais 20 pontos, para conseguirmos o nosso objectivo, que é a manutenção. Não vale a pena sobrepormos objectivos.»

Berger: "Vitória foi muito importante"
No final do jogo, Markus Berger era um homem feliz pelo triunfo conquistado. "Ainda não tínhamos ganho, por isso esta vitória foi muito importante", disse.
"Fizemos um bom jogo, controlámos do princípio ao fim. Criámos muitas oportunidades, fizemos dois golos mas poderiam ter sido mais. O mais importante para mim foi o facto de controlarmos o jogo todo. Estou satisfeito pela equipa. Fizemos um excelente trabalho durante a semana. Quando trabalhamos assim, vale a pena. Ainda não tínhamos ganho e esta vitória foi muito importante. Este jogo veio dar confiança e isso era algo que nos tem faltado.", disse.
A concluir, Berger afirmou que os desafios futuros da Académica não são fáceis mas refere que a equipa vai trabalhar para dar alegrias aos adeptos.
"Temos jogos difíceis pela frente mas vamos trabalhar e ver o que conseguimos fazer. Não quero falar sobre o passado. Trabalhámos muito bem, é só o que quero dizer. Precisamos de pontos e temos de trabalhar para isso.", concluiu.

Entorse leva Miguel Pedro ao hospital

O avançado Miguel Pedro, que teve de abandonar a partida com o Portimonense ainda na primeira parte, substituído por Lito, sofreu uma entorse na articulação tibiotársica direita e ficou automaticamente em dúvida para o jogo com o F.C. Porto, no próximo domingo.
O lance que originou a lesão aconteceu aos 25 minutos de jogo, quando o avançado da Briosa sofreu uma entrada mais dura de Diogo, que, aliás, viu o primeiro cartão amarelo da partida por essa acção faltosa.
Miguel Pedro foi assistido fora das quatro linhas e ainda voltou a entrar no relvado mas aguentou apenas alguns minutos, tendo, de seguida, abandonado o campo em maca.
O médico Augusto Roxo explicou que o jogador foi levado aos Hospitais da Universidade de Coimbra, para fazer exames complementares de diagnóstico, mas não desvendou qual a gravidade da lesão: «Só depois de conhecidos os resultados será possível avançar com dados definitivos.»

Já em relação a Luiz Nunes, jogador que está há mais de um mês em recuperação de uma lombalgia, mantém-se a expectativa sobre se poderá ser dado como apto para o Dragão: «Tem vindo a trabalhar de forma condicionada e só a sua evolução permitirá definir quando poderá regressar.»

2009/2010 - Taça de Portugal: Académica 2-1 Portimonense: Crónica

As chicotadas psicológicas têm destas coisas. Uma equipa que não ganhava uma partida há cinco meses, em baixa anímica, já depois de ter conhecido dois treinadores (um deles interino), pareceu ter esquecido tudo isto e, em apenas 90 minutos, deu um pontapé na crise, no dia da estreia do novo técnico. André Villas Boas dificilmente poderia pedir melhor forma para dar início à carreira de treinador.
A revolta da Briosa começou logo a notar-se no onze inicial, com algumas rupturas em relação ao passado recente. Villas Boas apostou nos regressos de Berger, também ele em tarde de estreia esta época, e de Tiero, jogadores praticamente proscritos durante o consolado de Rogério Gonçalves. Tal como Miguel Fidalgo, autor do primeiro golo, também poucas vezes fora utilizado, apesar de ser o melhor marcador da equipa.
Os estudantes ainda têm muito que melhorar para voltarem a assemelhar-se com aquela equipa que terminou em sétimo lugar na passada temporada, mas já deu para notar alguns bons princípios neste jogo: maior solidez defensiva, melhor circulação de bola mas também raiva, muita raiva. O pontapé de Tiero é disso exemplo, um hino ao futebol, raro momento de inspiração deste ganês que marca pouco mas consegue golos importantes, como aquele que deu a última vitória na Luz.
O resultado ao intervalo poderia pecar por algum exagero mas os algarvios trataram de repor a justiça, quando reduziram por intermédio de Pires, num lance em que vieram à memória velhas falhas da defesa da casa, surpreendida pela velocidade da jogada.
Um pouco de táctica, agora
Foi então que o jogo passou a incidir mais sobre o plano táctico, da luta e do sacrifício, mas nem por isso deixou de haver oportunidades para ambos os lados. Começou melhor o Portimonense, galvanizado pelo golo e crente no empate, respondeu a Briosa com mais acuidade, obrigando até Pedro Silva à defesa da tarde num remate de Lito que parecia mesmo destinado a render o terceiro para os da casa.
Em suma, uma segunda parte mais disputada, aguerrida e de paciência, aspectos em que os estudantes mostraram também estar mais à-vontade, conseguido, pela primeira vez esta época, gerir e manter uma vantagem até ao fim.
Com este pequeno balão de oxigénio, os estudantes poderão agora respirar um pouco melhor durante a semana que antecede a visita ao Dragão, no reencontro de André Villas Boas com o clube onde começou a dar os primeiros passos no futebol, pela mão de Bobby Robson.

2009/2010 - Taça de Portugal: Académica 2-1 Portimonense: Ficha de Jogo

Académica – Portimonense
Estádio Finibanco Cidade de Coimbra, em Coimbra – Taça de Portugal
15:00



Académica: Rui Nereu; Pedrinho, Berger, Orlando e Emídio Rafael; Nuno Coelho, Tiero e Cris (Paulo Sérgio, 79 minutos); Sougou, Miguel Fidalgo (Éder, 59) e Miguel Pedro (Lito, 30)

Suplentes: Ricardo, Pedro Costa, Amoreirinha, João Ribeiro, Éder, Paulo Sérgio e Lito.

Treinador: André Villas Boas

Portimonense: Pedro Silva; Ricardo Pessoa, João Pedro, Ruben Fernandes e Nélson Pedroso; Adriano, Diogo (Monteiro, 46) e Aragoney (Vasco Matos, 75); Pedro Moita (Balu, 46), Pires e Ben Traoré.

Suplentes: Sapateiro, Mailson, Ivanildo, Garavano, Vasco Matos, Monteiro e Balu.

Treinador: Lito Vidigal


Árbitro: Rui Costa, da AF Porto

Disciplina: Cartão amarelo a Diogo, 25´

Ao intervalo: 2-0

Resultado final: 2-1

Marcadores: 1-0 Miguel Fidalgo, 43´; 2-0 Tiero, 45´; 2-1 Pires, 53´
Espectadores: 866

Villas Boas em dia de aniversário: «Sem tempo para projectos»

Quatro dias depois de ter chegado, André Villas Boas já nota diferenças na Académica. O tempo é escasso e não deu, como é natural, para moldar totalmente a equipa mas o jovem técnico garante que o plantel aceitou bem os seus métodos e está a corresponder de forma positiva.
«As sensações ao longo da semana foram muito boas, a resposta está a ser bastante positiva. Houve mudanças em termos metodológicos e senti uma boa reacção àquilo que foi introduzido. Este jogo [frente ao Portimonense, para a Taça de Portugal] servirá também para tirar mais algumas conclusões, nomeadamente sobre a forma como passamos as ideias trabalhadas em campo para uma situação de jogo», analisa o sucessor de Rogério Gonçalves.
O aspecto em que encontra mais mudanças é o do espírito do plantel e isso deve-se «quer à aceitação dos novos métodos», quer «aos efeitos da chicotada psicológica». «Há uma vontade natural da parte dos atletas em se mostrarem ao treinador, mas há mais do que isso», acrescenta o técnico.
Para o encontro com os algarvios, «a obrigação é vencer», como em todos os jogos da Académica, perante uma equipa competente: «É um jogo difícil, atendendo ao adversário, que é agressivo, rápido e objectivo nas transições. É uma equipa muito bem organizada e definida nos seus princípios. Mas nós preparámo-nos com cuidado, também temos os nossos princípios definidos e sabemos o que queremos fazer nas diversas fases de jogo. Não nos vamos adaptar ou fazer ajustes em função do adversário. Vamos entrar para impor o nosso jogo.»
«No futebol português, não há tempo para projectos»
Ciente da margem curta que um técnico costuma ter no nosso país, André Villas Boas sabe que o pouco tempo que leva de trabalho na Académica não dará para mostrar grandes mudanças na forma de jogar da equipa. «No futebol português, não há tempo para projectos. A duração de um treinador é curta e se isso não se consegue em vários meses, também não se pode transformar um plantel em três ou quatro dias. Só se consegue ter sucesso com os hábitos em treino e esses advêm da qualidade do trabalho, mas cabe aos jogadores aplicá-los nos jogos. Por isso, não será uma Académica à André Villas Boas, mas uma equipa com algumas preocupações e nuances que tentámos implementar.»
De qualquer forma, o jovem técnico, em dia de aniversário - completou 32 anos - expressou a vontade de poder ficar «vários anos» na Briosa para além dos dois contemplados pelo contrato que assinou, numa perspectiva realista: «A minha carreira poderá ser curta ou longa em função do sucesso que tiver na Académica. Isto tendo em conta a forma como se anda a ¿comer¿ alguns treinadores...»

Berger é a novidade de Villas Boas para a estreia

André Villas Boas decidiu inovar logo na primeira convocatória ao chamar o central Markus Berger, que não fazia parte das opções da equipa desde 27 de Abril, quando os estudantes arrancaram um empate em Paços de Ferreira depois de terem sido surpreendidos por um golo dos castores logo aos quatro minutos de jogo. Esse encontro marcou, aliás, uma espécie de sentença para o austríaco que, pela segunda vez durante a época, veio a público criticar Domingos Paciência, desta feita por tê-lo substituído (por um avançado, Carlos Saleiro) logo aos 25 minutos.
O jovem técnico já havia «desculpado» o jogador da primeira vez - em Janeiro, após declarações polémicas acerca da contratação de mais um jogador (Amoreirinha) para a sua posição -, mas, à segunda, deixou de o convocar até final da época, já que o defesa acabou por nunca se retratar.
No início da época, o clube tentou negociar a saída, até por se tratar de um dos atletas com salário mais elevado, mas tanto as possibilidades no exterior como as propostas para uma rescisão amigável foram recusadas e o jogador acabou por ficar no plantel, mesmo sabendo que dificilmente teria oportunidade de jogar. Agora, com novo técnico, terá uma derradeira hipótese de provar que ainda pode ser útil no último ano de contrato depois de duas épocas de pouca utilização.
O regresso de João Ribeiro
Mas as novidades não se ficam por aqui. Também a chamada de João Ribeiro constitui novidade, já que o jovem extremo apenas tinha sido convocado uma vez, para o jogo com o Olhanense, em que até foi titular, e nunca mais figurou entre os eleitos.
Ainda no campo dos regressos, destaque para os de Nuno Coelho e Emídio Rafael, preteridos por Zé Nando no último jogo, para a Taça da Liga. Em função dos quatro ingressos mencionados, há a assinalar outras tantas saídas: Hélder Cabral, André Fontes, Vouho e Bischoff, este último devido a lesão.
Luiz Nunes e Bruno Amaro completam a lista de lesionados, sobrando apenas Bru, Barroca (os únicos além de Berger ainda sem qualquer minuto esta época) e Licá entre os jogadores não convocados por opção técnica.
Lista de convocados:
Guarda-redes: Ricardo e Rui Nereu;
Defesas: Pedrinho, Berger, Amoreirinha, Orlando, Pedro Costa e Emídio Rafael;
Médios: Nuno Coelho, Paulo Sérgio, Tiero, Cris e Diogo Gomes;
Avançados: Miguel Pedro, Sougou, Éder, Miguel Fidalgo, João Ribeiro e Lito.

17 de outubro de 2009

Capitão Mário Wilson já tem 80 anos

Por Carlos Rias

É um nome incontornável na história do futebol português. Confessa, ainda hoje, que tem dois amores- o Benfica e a Académica. Mas tudo começou em Moçambique, há 80 anos. Mário Wilson está de parabéns e celebra o aniversário com uma entrevista a A BOLA.

- Lembra-se de Moçambique, das primeiras brincadeiras?
- Perfeitamente. Tanto na rua, como nos recreios, manifestava a minha enorme paixão pelo futebol, identificava-me com ele. Quer calçado ou descalço, queria era jogar.

- E o cheiro da terra de África?
- Tenho-o comigo, imortalizei-o na minha memória. E a memória tem-me sido benéfica para coisas que são prioritárias.

- Chegou a constituir uma equipa com os amigos, os «Fura-redes»...
- Isso foi no Alto Maé. Era uma zona de transição, aí já funcionava a sociedade moçambicana. Tive a sorte de ser neto de Henry Wilson...

- Que era americano. E teve uma avó que era rainha...
- Chamávamos-lhe a rainha de Tembe, mas não era bem rainha, era uma princesa, porque era filha de um dos primeiros régulos, que vivia na Catembe. Foi aí que o meu avô, no seu percurso comercial, chegou e a viu. Os régulos tinham filhas que nunca mais acabavam! O meu avô fez uma opção: casar.

- E Henry Wilson...
- Era espectacular. Pegou na minha avó em Tembe e transportou-a para Lourenço Marques. É como ir buscá-la a Almada e trazê-la para Lisboa. Dela teve seis filhos. E educou-os na África do Sul. Isso fez com que aparecesse uma mentalidade diferente em toda a família Wilson. O meu pai também era um dos que ia para lá estudar.

- O seu avô era branco?
- Branquinho! No meu ginásio, o «Mister Wilson», está a minha fotografia, mas para mim é o meu avô que lá está. Há qualquer coisa muito profunda, com raízes espectaculares. Disso não me livro.

- Que fazia o seu pai?
- Quando regressou da Africa do Sul beneficiou da situação privilegiada que o pai tinha. E instalou-se nas oficinas de electricidade e outras que este já possuía. A minha ida para Coimbra tem muito a ver com esta filosofia familiar, com o sentimento de que era preciso estudar, ter cultura, ser independente.

- Jogou numa filial do Benfica, o Desportivo de Lourenço Marques...
- É daí que aparece a minha tendência benfiquista, mais ainda quando começo a ler uma revista, a Stadium. Nessa revista aparecem fulanos africanos, o Paquete, campeão de 100 metros, o Matos Fernandes, campeão barreirista, o Espírito Santo, que era do salto em altura e da velocidade...Todos eles fizeram aparecer em mim esse primeiro amor.

- Mas vem para o Sporting!
- Eu e o Juca éramos da selecção e gozávamos de ser elementos de eleição. Já aí começa a aparecer o Costa Pereira, no Ferroviário. E há um fulano do Sporting, que tinha a papelaria Progresso, que disse: «Estes dois vão para o meu Sporting». E trouxe-nos. Em Lisboa treinava três vezes por semana e ia estudar ali para os lados dos Olivais. Morava na Praça do Chile. O meu pai, pela formação que tinha, sabia que o futebol era coisa passageira.

- Quantos irmãos tem?
- Comigo somos seis.

- Todos formados?
- Os mais novos é que vieram para Portugal formar-se. Eu, um que é psiquiatra e outro que é radiologista, viajámos para cá e é por causa dos estudos que deixo o Sporting, quando tinha acabado de ser campeão nacional. E vou para a Académica. Em Coimbra instalo-me na «república» onde estava o Almeida Santos, já com o meu irmão lá.

- Em Moçambique era conhecido por Corina!
- Corina! Isso aparece de uma forma curiosa. Quando nasço, entra em voga em Moçambique uma música portuguesa. Ainda hoje a canto: «Corina, Mário morreu»E como tive o nome de Mário, a minha madrinha chamava-me de Corina.

- Ainda o conhecem por Corina?
- Quando dizem Corina sei que estou a falar com um moçambicano. Da velha guarda, pois claro!
Campeão no Sporting

- Não veio contrafeito para o Sporting, rival do seu Benfica?
- Não, porque a minha base era os novos horizontes que Portugal me abria. Mais, vinha para substituir o Peyroteo, um dos cinco violinos. A clubite doentia nunca foi muito apanágio meu. Continuo a ter os meus dois amores (Benfica e Académica), mas libertei-me cedo da forma doentia de sentir e dizer «sou deste e não posso ver os outros».

- A viagem para Portugal levou um mês, não foi?
- Viemos no Mouzinho de Albuquerque, eu e o Juca. O Juca era um bonitão, de uma elegância fantástica, ainda por cima de raça branca. Era um dos engatatões nessa viagem. Nos bailaricos lá estava o Juca. Nós, os africanos de côr, ainda que eu tivesse uma estatura agradável, éramos segregados, punham-nos de parte de forma violenta.

- Chega a Alvalade com 19 anos, para substituir um ídolo, também moçambicano.
- E fui o melhor marcador do Sporting logo no primeiro ano e o segundo melhor do campeonato (o Julinho, do Benfica, ficou em primeiro) e campeão nacional na segunda época. Mas quando apareci, creio que nem fiz os jogos todos, não entrei logo de caras.

- Como é que passou a defesa-central?
O Sporting vai jogar uma Taça Latina e lesiona-se o Passos. Não tinham outro defesa-central, eu até era polivalente e disseram-me: «É menino para fazer o lugar do Passos?» Claro, disse que sim. E aceitei, porque antes, na despedida do Peyroteu, num jogo particular, puseram-me a defesa-central e eu abri o livro. Foi no Sporting que comecei nesse lugar. Quando vou para a Académica já vou com a sensibilidade do lugar. Não estranhei ocupar essa posição.
Na académica com ajuda do ministro

- É verdade que a sua transferência para Coimbra meteu a cunha do ministro da Educação?
- É verdade, em absoluto. Havia a famosa Lei de Opção, mas porque eu era estudante, o ministério abriu um precedente que me beneficiou. Depois apareceram outros jogadores, como o Peres, que se transferiram da mesma forma.

- Em Coimbra começa a viver num ambiente subversivo, contra o regime fascista...
- Antes vivi com o Agostinho Neto, em Lisboa. Tinhamos uma intimidade profunda. Nós, os africanos, não nos libertávamos do espírito de independência. Nessa altura reunia com Agostinho Neto, Mário Miranda, Marcelino dos Santos (que fez atletismo comigo) e outros ligados à Guiné e a Cabo-Verde. Juntávamo-nos na Praça do Chile à 2ª feira, era infalível, e íamos numa romaria até aos Restauradores. Em Coimbra junto-me a Chipenda e ao Araújo. Eles acabam por fazer a sua luta, mas entra em acção a PIDE e são presos. Depois são libertados, um pouco por minha influência. Os da PIDE chamaram-me, porque era o capitão da Académica e disseram-me: «Estes tipos queriam fugir e a gente apanhou-os a caminho da Figueira da Foz. É importante que o Capitão faça com que eles abandonem essa ideia. E diga ao Chipenda, que se quiser, deixamo-lo ir fazer os exames que tem marcados na universidade» E foi mesmo, no Mercedes da PIDE, com chaufer e tudo. Mais tarde dá-se um conflito académico de monta, que origina a paragem do campeonato por uma jornada, como forma de protesto contra a colonização. Surgem os militares e somos chamados à Praça da República para definir a nossa posição. Fui o primeiro a ser ouvido, maisd uma vez por ser o capitão. «O senhor joga ou não joga?», perguntaram-me. «Desculpem, mas preciso de falar à parte com os jogadores», respondi. Juntámo-nos todos numa sala e falei: «Temos tempo para as nossas lutas, não vamos suicidar-nos colectivamente. Acho que devemos dizer que vamos jogar. E o Chipenda,o Araújo, o N'dalo França e os demais disseram que sim. Mais tarde fugiram e entraram na luta da independência.

- Em Coimbra passa a ser o Velho Capitão...
- Foi a alcunha que mais perdurou. Porquê? Porque em Coimbra fui o eterno capitão, pela minha postura e maneira de ser. Era capitão na Académica quem tinha as habilitações mais elevadas. Até que apareceu Cândido de Oliveira e o Oscar Tellechea e disseram. «Não, o fulano que tem o perfil de capitão que nós imaginamos é Mário Wilson.» E fui capitão para sempre.

- Conheceu Mestre Cândido. Como era o homem, o treinador?
- Tive um convívio extremamente forte com ele. Foi sempre impecável. Ia para o hotel Astoria, onde vivia e falávamos horas a fio de futebol. Era um homem de grande dignidade, que gostava do bom convívio. Era uma delícia ouvi-lo. E era profundo, humano e inteligente no que defendia. Foi um dos catedráticos do futebol. Havia um grupo de doutores no café Arcádia que requisitava o Cândido e ele presidia a essas reuniões como um autêntico catedrático, com um domínio cultural impressionante sobre tudo o que se passava.

- Iniciou a sua carreira de treinador como adjunto dele, não foi?
- Sim, ainda era jogador, quando fui seu adjunto.

- Em 1963 acaba como jogador. Passa a adjunto de Otto Bumbel, depois de Janos Biri e de Mário Imbelloni e a fechar este ciclo é adjunto de Pedroto.
- Quando o Pedroto sai é que eu assumo o lugar de treinador da Académica. O Pedroto era intratável. Tinha atitudes que roçavam o racismo. Ele queria sempre ser o big boss.
«Pedroto era ele, ele e só ele»

- As grandes lutas Norte-Sul começam entre Pedroto e Wilson. E são lutas duras...
- São, são... Mas em Coimbra eu era o Capitão e os jogadores andavam à minha volta, pouco ligavam ao Pedroto. Eu era o espírito académico, o Pedroto era ganhar, ganhar...tinha uma determinação própria, um pouco a destoar daquele ambiente de Coimbra.

- Pedroto deixa a Académica por dar uma punhada num jornalista de Coimbra, não é?
- Exactamente. Ele foi acumulando pequenos ódios. Tinha coisas tal como o Pinto da Costa,de uma determinação inabalável. Uma das máximas do Pedroto era: «Morrer por morrer, que morra o meu pai, que é mais velho». Isto era Pedroto.

- Ia falar da saída de Pedroto...
- O Porto foi jogar a Coimbra e esse tal jornalista, depois do jogo, escreveu: «Este jogo antes de começar já estava perdido.» O Pedroto não esperou, foi ao café onde se reuniam os teóricos, viu o jornalista e perguntou-lhe: «Foi você que escreveu isto?». - «Fui, porquê?» E Pedroto respondeu-lhe com um soco nos queixos. Isto era Pedroto.

Leia a entrevista na íntegra edição impressa de A BOLA 03:00 - 17-10-2009

16 de outubro de 2009

Bischoff e Cris já correm

André Villas Boas orientou esta quinta-feira o segundo treino na Académica. O novo técnico já prepara a recepção ao Portimonense (15 horas), a contar para a Taça de Portugal.

Nos apenas 15 minutos abertos à Comunicação Social, foi possível ver Bischoff (que recupera duma contractura da face posterior da coxa esquerda) e Cris (inflamação do tendão de Aquiles esquerdo) a fazerem corrida em volta do relvado.

Foi possível ainda identificar a introdução de novos métodos de trabalho na equipa, que poderão ver-se domingo quando Villas Boas se estrear no banco da Briosa.

Pelas 12h30 um jogador falará à Imprensa em antevisão ao jogo com o Portimonense, a contar para a terceira eliminatória da prova.

Orlando, o capitão que é quase da idade do treinador

Os primeiros treinos de André Villas Boas em Coimbra têm trazido memórias recentes aos jogadores. Já houve quem identificasse até semelhanças físicas do jovem técnico com Domingos Paciência, mas os métodos também fazem lembrar os do treinador do Sp. Braga, que deixou saudades na cidade do Mondego.
O central Orlando, por ser o capitão dos estudantes, assume a voz do plantel e aceita falar do novo timoneiro, fazendo comparações com o passado recente: «É um treinador dentro da linha de Domingos. Existem algumas diferenças entre esta equipa técnica e a outra. Trabalhamos mais posse de bola e ritmos intensos mas claro que os resultados é que vão ditar se os treinos são bons ou maus. O treinador tem apenas mais dois anos que eu? A minha educação foi sempre a de respeitar os superiores, sejam eles mais velhos ou mais novos. Tem que se basear no respeito e no trabalho que cada um faz.»
No momento de fazer um balanço do consulado de Rogério Gonçalves, o experiente defesa assume a quota-parte de culpa dos jogadores: «Tivemos um início de campeonato onde houve muitas falhas individuais e colectivas. O mister tinha as suas ideias, tentou transmitir isso à equipa, mas houve sempre algo que falhou e nós assumimos essa parte da responsabilidade.»
Em altura de mudança, o grupo revela optimismo quanto ao futuro, consubstancializado numa enorme vontade de largar o último lugar da tabela. «O pensamento de todos os jogadores é que esta equipa técnica vem para durar e queremos dar a volta por cima. Vamos inverter a situação e se os resultados forem positivos, que vão ser de certeza, a equipa técnica é obviamente para durar. Quando há troca de equipa técnica é normal que haja uma resposta positiva por parte dos jogadores, para tentar conquistar o seu espaço e mostrarem-se. Vamos tentar transportar isso para os jogos», afirma Orlando.
Taça pode ser um tónico
O próximo jogo da Briosa é já este domingo, na estreia de Villas Boas, frente ao Portimonense, para a Taça de Portugal. Um encontro complicado mas que urge ganhar para encetar a almejada recuperação: «As equipas da Liga de Honra são sempre difíceis porque trabalham muito e correm muito. Mas temos de ser realistas, a Académica é da Liga e temos de ser melhores que eles, sem sombra de dúvida. O optimismo é para se ver no domingo, é jogo para vencer. Estamos a precisar de uma vitória e isso pode-nos catapultar para mais vitórias. O campeonato é mais importante que as taças mas as taças são um tónico importante para nós e adeptos.»
O capitão estudantil está em final de contrato mas esse é um tema que desvaloriza, porque há outras prioridades. «Ainda não fui abordado para renovar mas este não é o momento ideal para isso acontecer. Sinceramente não penso nisso. As minhas preocupações estão viradas para a necessidade de ganhar jogo», conclui Orlando.

Aposta em Villas Boas reforça tradição

TÉCNICO É DOS MAIS NOVOS NA HISTÓRIA DO CAMPEONATO

André Villas Boas é, aos 32 anos, que festeja amanhã, não só o mais novo treinador da Liga, mas também um dos mais novos na história da Académica, que cumpre a tradição de apostar em jovens treinadores. Nos últimos 40 anos, o novo técnico da Briosa é apenas superado por João Maló (28 anos) e Francisco Andrade (30), ambos em 1968/1969, e iguala Crispim, que se estreou em 1973/74 com a mesma idade. Mais jovens aparecem ainda 12 técnicos, mas a grande maioria nas décadas de 1920, 30 e 40.
O capitão Orlando encontra em Villas Boas semelhanças com o ex-técnico Domingos Paciência. "Trabalha-se mais a posse de bola e os ritmos intensos, mas só os resultados poderão ditar o futuro", ressalva. Apenas dois anos mais novo (29) do que Villas Boas, Orlando desvaloriza a questão. "Sempre me habituei a respeitar os meus superiores e a relação profissional baseia-se no trabalho que cada um faz", explica.
O capitão da Académica espera "uma resposta positiva" do plantel, após a chicotada psicológica, até porque, caso contrário, "poderemos ter problemas". A situação atual é inédita para Orlando. "Acho que nunca me vi numa situação de último lugar, mas este é um momento passageiro, que irá passar com naturalidade", garante. A começar domingo, com o Portimonense, jogo onde "temos de ser melhores do que eles", até porque "as taças podem ser um tónico importante para chegarmos mais longe".
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Não é um caso inédito, mas também não é assim tão comum quanto isso. O novo treinador da Académica é, como se sabe, o mais jovem treinador da Liga Sagres, com apenas 31 anos. Mais do que isso, André Villas-Boas - que é o 63º técnico da história do emblema da cidade do Mondego - é, inclusivamente, o treinador mais novo dos estudantes dos últimos 19 anos, depois de Vítor Manuel, em 1980, ter orientado a Briosa, com 28 anos. De resto, o homem que sucedeu a Rogério Gonçalves irá, no domingo, tornar-se o 13º "mister" mais jovem a liderar a Académica, num "ranking" que é liderado por Armando Sampaio que, aos 19 anos, esteve à frente dos destinos conimbricenses na década de 20.
De qualquer modo esse não parece ser um problema para a Académica, muito menos para o treinador, até porque no futebol o BI é, muitas vezes, um elemento absolutamente secundário. Até para os próprios jogadores a idade do treinador não é, de modo algum, vista como qualquer obstáculo. Ainda ontem o capitão Orlando (29 anos), um dos mais velhos da equipa de Coimbra, assumiu que os 31 anos de Villas-Boas "não causam qualquer confusão". "A minha educação desportiva foi sempre na base de respeitar os superiores, seja qual for a idade deles. A idade não é importante", acrescentou o defesa-central português. De resto, no plantel que veste de negro, só há um jogador com mais anos de vida que o antigo adjunto de José Mourinho, np FC Porto, Chelsea e Inter: o cabo-verdiano Lito tem 34. André Villas-Boas, que segundo Orlando, está "na linha" de Domingos Paciência - treinador da Briosa nas anteriores das épocas - em termos de metodologia, orienta o sétimo plantel mais jovem do escalão primodivisionário, apresentando uma média de idades de 24,79 anos, sendo apenas superado nesta lista por Belenenses, Nacional, Setúbal, Benfica, FC Porto e Olhanense.

15 de outubro de 2009

André Villas Boas apresentado oficialmente como treinador da Académica


Rigor, ambição, confiança e organização. Foram estas algumas das palavras que mais marcaram o discurso de André Villas Boas durante a apresentação oficial como novo treinador da Académica.

Lado a lado com o presidente da Briosa, o Eng. José Eduardo Simões, André Villas Boas deixou transparecer o “enorme sentimento de alegria” e a “honra” que é treinar um clube como a Académica.

“Acima de tudo é uma honra para mim estar a representar a Académica e transmiti isso ao presidente na primeira reunião que tivemos. Tenho um grande sentimento de alegria por poder representar a Académica mas também com a plena consciência do desafio que temos pela frente. José Eduardo Simões foi o primeiro a fazer-me um convite formal e apoiou o projecto que eu propus.”, começou por dizer o agora técnico da Briosa.

Villas Boas disse ainda ter consciência das dificuldades que poderá encontrar mas admitiu que o grande objectivo passa por inverter a situação por que o clube passa, pensando depois “passo a passo” para chegar o mais longe possível no campeonato.

“Cheguei para inverter a situação o mais rápido possível. Temos potencial e qualidade para inverter a situação e por aquilo que hoje vi penso que somos bem melhores do que a classificação diz. Depois de invertermos a situação vamos pensar passo a passo para chegar o mais longe possível no campeonato e nas taças. Esse é o objectivo. Queremos sair desta situação o mais rápido possível. Sei o que os adeptos viveram o ano passado. As sensações do ano passado são sensações positivas que nós queremos voltar a viver.”, continuou.

O novo técnico dos “estudantes” insistiu ainda no “rigor, organização e novos métodos de trabalho” que pretende trazer para o clube até porque, segundo o próprio, “ganhar é uma obrigação da Académica”.

“Quero trazer rigor, organização, novos métodos de trabalho, novas formas de trabalhar o treino. Sei as ideias de jogo que quero trazer para o clube. Ganhar é uma obrigação para a Académica, sobretudo na posição em que estamos inseridos. Tenho um projecto que toca nos objectivos a que nos vamos propor nesta época, na próxima época, no futuro da Académica, no futuro do Tourizense e das nossas camadas jovens. É um projecto global, que está agora orientado com maior rigor e ênfase na equipa principal. Depois quando estivermos mais tranquilos vamos dar atenção aos outros aspectos para consolidar o futuro da Académica e respeitar o projecto.”, admitiu André Villas Boas.

Villas Boas fala de Mourinho e elogia estrutura da Briosa

Era impossível não falar de José Mourinho durante a conferência de imprensa e foi talvez por isso que André Villas Boas encarou todas as questões relacionadas com esse facto com a maior normalidade. “Agora construo eu o meu futuro”, disse o novo treinador da Académica.

“Foi um sentimento de alegria enorme, para ele e para mim. Foi o fim de uma relação de sete anos, muito positiva, onde alcançámos muitos títulos. Estou-lhe grato pela oportunidade que me deu. Agora construo eu o meu futuro. Ele tem uma personalidade e eu tenho outra diferente. Estou totalmente focalizado na Académica, quero construir o meu futuro aqui. Não estou na Académica para satisfazer um capricho meu. Sei do que sou capaz e tenho consciência das minhas capacidades. Sinto-me forte e preparado”, avisou Villas Boas.

O técnico, de 31 anos, traz consigo José Mário Rocha e contará com a equipa técnica que até agora ia gerindo interinamente a Briosa. André Villas Boas referiu que quer “assimilar o máximo de informação que conseguir”, lembrando que a Académica não está no lugar que merece.

“Acompanhei sempre a Académica desde Itália e desde Londres também, quando lá estive. Agora só irei conhecer verdadeiramente os jogadores quando tiver a oportunidade de trabalhar com eles. Quero assimilar a maior quantidade de informação possível. Quem pensa que a Académica está num lugar legítimo tem uma ideia completamente errada das potencialidades deste clube.”, admitiu.

O novo treinador dos “estudantes” teceu ainda rasgados elogios à estrutura do clube e à forma como foi recebido pelas pessoas que trabalham na Académica.

“Penso que a Académica é dos poucos clubes em Portugal bem organizado estruturalmente, não só nos vários departamentos, que me receberam de uma forma excepcional. As instalações que tem à disposição são instalações únicas, seja em termos de Academia ou de Estádio. Todas estas condições tornaram mais fácil a minha decisão em vir para aqui. Este é um projecto que quero vencer. Estou extremamente contente com as condições que encontrei. Estruturalmente a Académica está organizada, tem condições de topo.”, rematou.

José Eduardo Simões: “Este é um contrato para vencer”

O presidente da Académica, o Eng. José Eduardo Simões, disse na conferência de imprensa de apresentação de André Villas Boas como novo técnico dos “estudantes”, que este é “um contrato para vencer”.

“Capacidade de trabalho, empenho, organização, ambição são as palavras que estiveram presentes nas conversas que tivemos. Contamos que é essa a ambição e confiança acrescida que André Villas Boas trará aos adeptos da Académica, aos jogadores e a Coimbra em geral. Espero que os tempos sejam agora coroados de êxito e que a sorte também ande connosco. Pensamos que vamos recolocar a Académica no bom caminho. Este é um contrato para vencer.”, disse.

Contudo, as primeiras palavras do dirigente máximo da Académica foram para a equipa técnica que geriu interinamente os destinos do clube, aquando da saída de Rogério Gonçalves. “São elementos preciosos para o futuro da instituição”, disse.

“Antes de começar quero aqui deixar o reconhecimento pelo trabalho que o Zé Nando, Pedro Roma, o Filipe e o Pêjo fizeram. Foram elementos bastante válidos, preciosos para o futuro de uma instituição que promove também aqueles que aqui jogaram e se formaram. São também nosso património.”, finalizou.

Villas Boas na Académica: «Mourinho ficou muito contente»

André Villas Boas, o ex-colaborador de José Mourinho para a observação de adversários, foi apresentado como novo treinador da Académica, sucedendo a Rogério Gonçalves. Por ter trabalhado durante tanto tempo (sete anos) com um dos melhores treinadores do Mundo, o jovem técnico (31 anos, o mais novo da Liga) terá de começar a construir a sua própria identidade, demarcando-se do antigo «patrão» o mais depressa possível. «Quero destacar-me do que conquistei no passado e com José Mourinho. Quero focalizar-me no que tenho. Não estou aqui para satisfazer um capricho meu. Disse ao Mourinho em Outubro do ano passado, que me sentia pronto para assumir uma equipa. A partir daí, deu-me liberdade para começar a procurar. A oportunidade surgiu. Penso que sou capaz e tenho plena consciência das minhas capacidades. Quero conquistar a Académica. Quero assentar na Académica. É um projecto que quero fazer por vencer», revelou o treinador da Briosa, na sua primeira conferência de imprensa.
Quando soube do convite, Mourinho não disfarçou a satisfação ao ver o pupilo a abraçar uma nova carreira: «Foi um sentimento de alegria enorme para ele e para mim. Ao mesmo tempo foi o fim de uma relação de sete anos, que foi muito positiva. Foi uma equipa técnica com muitos títulos. Estou-lhe grato pela primeira oportunidade que me deu. Mas ele tem a sua personalidade e eu tenho a minha, que é diferente.»
Inverter situação da Académica
André Villas Boas veio encontrar uma equipa no último lugar da classificação e desmoralizada pelos maus resultados, que urge recuperar: «Acima de tudo, é uma honra para mim estar aqui. Sinto uma grande alegria, mas também tenho consciência do desafio que tenho pela frente. Quero inverter a situação o mais rápido possível. Nas conversas que tive com os jogadores fiz-lhes perceber que são melhores do que a posição que ocupam na tabela onde. O objectivo é, passo a passo, ir o mais longe possível no Campeonato e nas Taças.»
O novo técnico dos estudantes quer trazer ideias novas e mais rigor ao clube, numa aposta que não se fica apenas por metas imediatas. «Entendo que a minha chegada é uma chicotada psicológica. Mas isso não chega. Quero trazer rigor, organização, novos métodos de trabalho e outras formas de abordagem. Trata-se de um projecto que toca não só nos objectivos para esta época, mas também nos objectivos para a próxima, no futuro da Académica, do Tourizense, das camadas jovens, e orientado com muito mais rigor da equipa principal. Quando conseguirmos a tranquilidade. Daremos mais atenção a outros aspectos», promete.
Do plantel, diz já ter algum conhecimento mas espera tê-lo na mão o mais rapidamente possível: «Só se conhecem os jogadores quando se começa a trabalhar com eles. Quero assimilar o mais rapidamente toda a informação possível. Não é uma situação fácil de gerir. Há que tomar decisões. Já tinhas as minhas ideias, com os DVD. Penso as conclusões que tirei são correctas e outras virão com a vivencia diária.»
Reencontro com o F.C. Porto
Confirmando que vai orientar a equipa já no próximo domingo, para a Taça de Portugal, frente ao Portimonense, Villas Boas fez desde logo a antevisão do primeiro encontro para a Liga, frente ao F.C. Porto, onde começou a trabalhar. «É um dos adversários mais difíceis. É uma deslocação e tem significado especial pelo passado, pois foi o clube que me lançou mas estou completamente focalizado na Académica. Quero inverter a situação da equipa. Quem pensa que estamos num lugar legítimo, está completamente enganado», finalizou.

14 de outubro de 2009

André Villas Boas já orientou o treino

O sucessor de Rogério Alves no comando técnico da Académica só será oficialmente apresentado durante a tarde desta quarta-feira, porém André Villas Boas já orientou o treino desta manhã dos «estudantes» que decorreu na Academia do clube.

O jovem treinador, ex-colaborador de José Mourinho, apresentou-se acompanhado pelo adjunto José Mário Rocha, que pertencia à formação do FC Porto.

Em relação ao treino, Bischoff (contractura), Bruno Amaro (cirurgia), Cris (inflamação do tendão de Aquiles esquerdo) e Luiz Nunes (recupera de lobalgia) voltaram a não subir ao relvado, prosseguindo com os processos de recuperação das respectivas lesões.

A apresentação de André Villas Boas como técnico principal da Académica está marcada para as 15.30 horas, no Estádio Cidade de Coimbra. O treino que estava previsto para a tarde foi cancelado.

André Villas Boas é o novo treinador da Académica

André Villas Boas é o novo treinador da Académica. O técnico português, de 31 anos, vai assinar um contrato válido para as próximas duas temporadas com os "estudantes".

André Villas Boas desempenhava funções de treinador-adjunto no Inter de Milão, registando ainda passagens pelo FC Porto e Chelsea, sempre lado a lado com aquele que já foi considerado o melhor treinador do Mundo, José Mourinho.

O êxito que Mourinho tem conquistado nos clubes por onde tem passado é muitas vezes ligado ao trabalho que Villas Boas tinha vindo a realizar na observação e análise de equipas, sendo de destacar o enorme reconhecimento que o agora treinador da Académica tem merecido.

Já era público o interesse de André Villas Boas em começar uma carreira de treinador principal de futebol, que se iniciará então na Académica.

O novo treinador da Briosa será apresentado amanhã, pelas 15:30, na sala de imprensa do Estádio Finibanco Cidade de Coimbra.

13 de outubro de 2009

André Villas Boas deverá ser o próximo treinador da Académica




Após colaborar com José Mourinho nos últimos anos no FC Porto, Chelsea e Inter de Milão, o jovem técnico está perto de suceder a Rogério Gonçalves. Foi ao longo dos últimos anos um dos mais directos e importantes colaboradores de José Mourinho, mas a ligação ao actual treinador do Inter de Milão pode estar perto do fim. André Villas Boas deverá ser anunciado em breve como novo treinador da Académica de Coimbra.

É um desejo assumido que está perto de se concretizar: André Villas Boas vai deixar de colaborar com José Mourinho e assumir as funções de treinador principal de uma equipa de futebol. O ainda treinador-adjunto do Inter de Milão recebeu um convite de José Eduardo Simões, presidente da Académica, para ocupar o cargo de técnico principal da formação de Coimbra e deverá dar uma resposta positiva, assinando um contrato de dois anos com a Briosa.

O acordo com José Mourinho era claro: se surgisse uma proposta que agradasse a André Villas Boas, o até agora adjunto do Inter de Milão ficaria livre para abandonar o clube italiano. Em Julho, com o anúncio da contratação de José Morais para adjunto de Mourinho no campeão transalpino, o treinador português negou que a chegada de Morais a Milão tivesse como finalidade a substituição de Villas Boas, mas deixou no ar a possibilidade de saída do adjunto: "Quando André se decidir em ser treinador principal, projecto que apoio totalmente, será, aí sim, substituído por José Morais na liderança do departamento de observação e análise."

Conhecido por ser um estudioso do futebol, Villas Boas desempenhou sempre um papel de grande importância nas equipas técnicas de José Mourinho. Na Académica, vai ocupar o lugar deixado vago por Rogério Gonçalves (despedido após a derrota caseira frente ao Marítimo na 7.ª jornada) e terá aceite reduzir significativamente o vencimento que auferia em Itália para poder concretizar a ambição de se estrear como técnico principal.

Baliza foi de Nereu oito meses depois

A estreia de Zé Nando ainda não surtiu o efeito desejado, em termos de resultados, uma vez que a Académica, na recepção ao Beira-Mar para a Carlsberg Cup, não foi além de uma igualdade a zero e, por isso, a Briosa continua a ser o único conjunto sem qualquer vitória em 2009/2010 nos dois campeonatos profissionais. Mas o jogo com os auri-negros não ficou apenas marcado pelo debutar do sucessor interino de Rogério Gonçalves. É que três jogadores voltaram a vestir, oficialmente, a camisola negra. E um deles já não o fazia há mais de oito meses. Rui Nereu tinha sido utilizado pela última vez a 17 de Janeiro, também num desafio da Taça da Liga, que terminou com a vitória do FC Porto (1-0), no Dragão.
O regresso à baliza dos estudantes até nem correu mal ao jovem guardião - esteve à altura dos acontecimentos -, resta saber se esta aposta de Zé Nando tem seguimento ou se foi apenas motivada por tratar-se de outra competição que não o campeonato, prova onde Ricardo tem sido totalista. Formado nas escolas do Benfica, Nereu, que até chegou a jogar na Liga dos Campeões pelos encarnados, ingressou na Académica em 2007/2008, mas esteve sempre "tapado" (primeiro por Pedro Roma e depois por Peskovic). Este ano o estado de coisas mantém-se, pois Ricardo, para já, tem sido dono e senhor das redes.
Também Hélder Cabral e Diogo Gomes voltaram a jogar pela Briosa, mas nos dois casos o período de ausência foi metade do guardião. Desde 23 de Maio (deslocação a Guimarães) que os dois "canhotos" (tal como Zé Nando) não eram chamados a jogar. Hélder Cabral foi mesmo titular frente ao Beira-Mar, enquanto o médio foi a última aposta no jogo. Curiosamente, o brasileiro viria a substituir o lateral-esquerdo.

Zé Nando certo até domingo

Zé Nando veio, para já, para ficar. O ex-adjunto de Rogério Gonçalves, de 42 anos, assumiu o comando da equipa técnica e estreou-se com um empate, frente ao Beira-Mar, na estreia da Académica na Taça da Liga. A única certeza parece passar pela sua continuidade até domingo, dia do jogo com o Portimonense, para a Taça de Portugal.
As dificuldades financeiras levaram a direcção dos estudantes a apostar na prata da casa, com Zé Nando a ser coadjuvado pelo ex-capitão Pedro Roma. O que não é líquido é que a opção se mantenha nas próximas jornadas da Liga (o próximo adversário é... o FC Porto).
O presidente José Eduardo Simões já anunciara, em comunicado, que Zé Nando iria ser o treinador para "os próximos jogos", não esclarecendo por quanto tempo iria verificar-se a situação actual.

12 de outubro de 2009

Tem de haver treinador até ao jogo no Dragão

A Académica ainda não decidiu quem será o sucessor de Rogério Gonçalves. A equipa continua entregue a Zé Nando, que ainda poderá orientar a equipa no domingo, diante do Portimonense para a Taça de Portugal. De qualquer maneira, o treinador-interino só tem o III nível do curso de treinadores (a Liga exige o IV nível), pelo que terá de ser encontrada uma alternativa para o jogo com o FC Porto daqui a duas semanas, uma vez que a Liga só dá uma margem de 15 dias para os clubes apresentarem um novo treinador com o nível necessário para os campeonatos profissionais.

Bischoff forçado a abandonar treino mais cedo

Decorria ainda o período de aquecimento quando, subitamente, Amaury Bischoff sentiu uma picada na parte posterior da coxa esquerda e atravessou o relvado para se dirigir ao banco, onde foi observado e acabou por ficar a assistir ao resto do treino.
O jovem internacional está, por conseguinte, entregue aos cuidados do departamento clínico, que irá reavaliá-lo nas próximas horas, não se sabendo para já qual o tipo de lesão que sofreu.
A semana de preparação para o jogo da Taça de Portugal, frente ao líder da Liga de Honra, o Portimonense, começa, assim, com uma contrariedade para Zé Nando, que não sabe ainda se poderá contar com o central Luiz Nunes, ausente da equipa há quatro jogos, devido a uma lombalgia. Nesta segunda-feira, o brasileiro limitou-se a trabalhar à parte, sob orientação do fisioterapeuta Miguel Rocha.

Académica prepara estreia na Taça de Portugal

É já no próximo domingo que a Académica se irá estrear na presente edição da Taça de Portugal, defrontando no Estádio Finibanco Cidade de Coimbra o Portimonense, equipa que actualmente lidera a Liga Vitalis.

O Portimonense, comandado por Lito Vidigal, soma neste momento 13 pontos em 6 jornadas, mais dois que o trio que segue no seu encalce, o Feirense, Santa Clara e Gil Vicente.

Em seis partidas, a turma de Portimão soma 4 vitórias, um empate (1-1 com o Chaves) e uma derrota (0-3 com o Gil Vicente).

Recorde-se que as duas últimas partidas entre Académica e Portimonense foram disputadas na temporada 2001/2002, sendo que os algarvios venceram em casa por 2-0 e empataram em Coimbra a duas bolas.

No próximo dia 18 de Outubro, pelas 15:00, será então a vez de a Briosa se redimir e conquistar a vitória perante os seus sócios e simpatizantes. Não pode, por isso, faltar à chamada e apoie a nossa Académica do princípio ao fim!

Trabalho depois da folga

A Académica regressou hoje ao trabalho na Academia Dolce Vita depois de ontem ter gozado um dia de folga.

Ainda sem poder contar com Luiz Nunes e Bruno Amaro, Zé Nando orientou um treino mais físico, onde houve propriamente mais corrida do que bola. Apesar disso, a boa disposição do grupo de trabalho continua a ser nota de destaque.

Amanhã, terça-feira, a Briosa terá duas sessões de treino. A primeira pela manhã, às 10:00, seguindo-se a sessão vespertina, pelas 16:30. Ambos os treinos serão na Academia Dolce Vita.

10 de outubro de 2009

2009/2010 - Taça da Liga - Académica 0-0 Beira Mar: Crónica

Desilusão. Nem com cinco alterações no onze - Rui Nereu e Hélder Cabral em estreia - e outro treinador, neste caso interino, houve qualquer sinal de melhoria nesta Briosa. Desta feita frente a uma equipa de um escalão inferior os problemas voltaram a repetir-se e a tradição cumpriu-se: a Académica nunca ganha no primeiro jogo da Taça da Liga.
O Beira Mar entrou mais rematador, com Yartey, avançado ganês emprestado à turma de Aveiro pelo Benfica, a mostrar-se empreendedor nesse aspecto. Já a Académica, a despeito de dominar o jogo, mostrava fraca ligação entre sectores e pouca inspiração no ataque. Mesmo com o recuo aveirense, os estudantes acusavam a falta de alguém capaz de transportar a bola - Miguel Pedro juntava-se ao trio da frente quando a equipa atacava, formando-se um estranho 4x2x4 - e os avançados eram facilmente anulados pela defesa forasteira.
Se, para o Beira Mar, o resultado servia perfeitamente, para a Académica era manifestamente pouco aquilo que estava a mostrar e logo num jogo de grandes responsabilidade tendo em conta a oportunidade para a reabilitação da equipa e, simultaneamente, a estreia de Zé Nando em escalões profissionais.
O técnico interino dos estudantes mexeu ao intervalo, com a aposta no jovem Éder em detrimento de Miguel Fidalgo. Na prática, ficou tudo na mesma. Em termos de jogo jogado assistiu-se, contudo, a uma melhoria. A Académica reforçou o cerco à baliza aveirense, mostrou melhor entendimento e um pouco mais de intensidade.
O primeiro aviso chegou por parte do recém-entrado Éder mas Palatsi fez uma defesa extraordinária para canto. Seguiu-se uma combinação entre Sougou e Lito que não deu golo por pouco mas o gás acabou cedo. A defesa da casa também revelava fragilidades - a falta que faz Luiz Nunes! - e o Beira Mar não se coibia de tentar aproveitá-las. Aliás, nos últimos minutos, quando se esperava o tudo por tudo dos estudantes acabou por ser o a equipa de Aveiro a dispor da melhores oportunidades, com destaque para uma tentativa de chapéu de Yartey, de longe o jogador que teve mais vezes o golo nos pés.
Num esforço final, Palatsi voltou a arrojar-se ao relvado para defender um livre de Orlando mas os forasteiros responderam da mesma forma. E quem foi o último a levar perigo à baliza de Nereu? Claro, Yartey.
O pano correu pouco depois sobre a partida, com um remate de Lito, às malhas laterais. Era o canto do cisne para a Briosa. Dentro de pouco mais de uma semana, há jogo para a Taça de Portugal, com o Portimonense, resta saber se, até lá, os responsáveis do clube continuarão a fazer confiança em Zé Nando ou haverá novo treinador em Coimbra.

2009/2010 - Taça da Liga - Académica 0-0 Beira Mar: Ficha de Jogo

Académica – Beira Mar
Estádio Finibanco Cidade de Coimbra, em Coimbra – Taça da Liga
20:15



Académica: Rui Nereu; Pedrinho, Amoreirinha, Orlando e Hélder Cabral (Diogo Gomes, 84´); Paulo Sérgio, Cris, Miguel Pedro (Bischoff, 71´); Sougou, Lito e Miguel Fidalgo (Éder, int).

Suplentes: Ricardo, Bischoff, Éder, Vouho, Pedro Costa, Tiero e Diogo.

Treinador: Zé Nando

Beira Mar: Palatsi, Yohan, Hugo, Yartey, Rui Sampaio, Rui Varela (Fary, 88´), Pedro Moreira, Pedro Araújo (Elio, 72´), Igor Pita, Kanu, Fangueiro (Wang, 72’).

Suplentes: Bruno Conceição, Fary, Wang, Cuco, Elio, Leandro Pimenta e Jaime.

Treinador: Leonardo Jardim


Árbitro: Paulo Costa, da AF Porto

Disciplina: Cartão amarelo a Kanu, 89´; Cris, 90´

Ao intervalo: 0-0

Resultado final: 0-0


Espectadores: 612

9 de outubro de 2009

2009/2010 - Taça da Liga - 02J - Académica - Beira Mar: Convocados

A estreia do médio brasileiro Diogo Gomes é a novidade nos convocados da Académica com vista ao jogo de sexta-feira com o Beira-Mar, a contar para a segunda fase da Taça da Liga.

O treinador interino da Briosa, Zé Nando, chamou ainda o defesa esquerdo Hélder Cabral e o médio André Fontes, em detrimento de Emídio Rafael e Nuno Coelho, respectivamente. Estes dois jogadores já tinham sido convocados pelo ex-treinador Rogério Gonçalves, sendo assim dois regressos.

Zé Nando não vai poder contar com os lesionados Luiz Nunes e Bruno Amaro, deixando ainda de fora, por opção, o guarda-redes Barroca, os defesas Berger e Emídio Rafael, o médio Nuno Coelho e os avançados Licá e João Ribeiro.

Em relação à convocatória anterior, Zé Nando chamou mais um jogador, ou seja, 19 elementos.


Lista de convocados:

Guarda-redes: 1- Rui Nereu; 12- Ricardo

Defesas: 2- Amoreirinha; 15- Orlando; 19- Pedrinho; 30- Pedro Costa; 55- Hélder Cabral

Médios: 7- Amaury Bischoff; 8- Paulo Sérgio; 17- Cris; 20- André Fontes; 33- Tiero; 85- Diogo Gomes

Avançados: 10- Miguel Pedro; 11- Lito; 14- Miguel Fidalgo; 18- Sougou; 21- Éder; 27- Vouho


Paulo Costa vai ser o árbitro da partida entre a Académica e o Beira Mar, agendada para a próxima sexta-feira, dia 9 de Outubro, pelas 20:15, no Estádio Finibanco Cidade de Coimbra.

Paulo Manuel Gomes Costa, de 43 anos, pertence à Associação de Futebol do Porto e, para além de ser árbitro de futebol, é também gestor de empresas.

De salientar ainda que os árbitros assistentes para o Académica - Beira Mar serão Vítor Carvalho e Nuno Manso.

8 de outubro de 2009

AAC/OAF: Comunicado

Na sequência da reunião de Direcção ocorrida na passada segunda-feira, dia 5 de Outubro de 2009, e tendo em conta acontecimentos recentes, a Direcção da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol deliberou tornar público o seguinte:

1.Face à recente saída de Rogério Gonçalves da equipa técnica da Académica, a Direcção da AAC/OAF vem por este meio anunciar que Zé Nando, até agora treinador adjunto, irá assumir, durante os próximos jogos, os destinos da equipa profissional de futebol. Deste modo, realçamos ainda que o anúncio da recomposição da equipa técnica da Académica será feito oportunamente, sendo que o perfil da mesma deverá adequar-se ao superior interesse da AAC/OAF.

2.A Direcção da AAC/OAF não pode deixar passar em claro certas situações que se registaram durante o jogo entre a Académica e o Marítimo, relativo à 7ª jornada da Liga Sagres, que envolveram os nossos Sócios e simpatizantes. Compreendendo a preocupação de todos os que apoiam a Académica, a Direcção da AAC/OAF nunca se associará a cenas lamentáveis como as que ocorreram durante a partida acima referida, nomeadamente no que diz respeito a cânticos nada condizentes com a tradição e prestígio da instituição. A Direcção da AAC/OAF repudia, assim, frontalmente toda e qualquer manifestação de falta de civismo ou com conteúdo injurioso onde quer e contra quem ocorram. Apelamos, por isso, a que situações como esta não voltem a verificar-se no nosso Estádio.

3.A Direcção da AAC/OAF denuncia a falta de isenção e de profissionalismo de alguns órgãos de comunicação social, que insistem, nos últimos dias, em trazer para a praça pública notícias falsas sobre a Académica, não hesitando em inventar factos recorrendo, para tal, e como lhes convém, a fontes ditas “anónimas”. Tais notícias não passam de pura invenção e só contribuem para descredibilizar quem as escreve. Nunca, pois, a Direcção da AAC/OAF, nomeadamente o seu Presidente, teve necessidade de sair do Estádio escoltado pela PSP.

4.Por factos também ocorridos antes e durante o jogo Académica – Marítimo, do passado dia 2 de Outubro, a Direcção da AAC/OAF deseja tornar claro que não participa nem se envolve na disputa eleitoral, até porque assim o obrigam, e bem, os estatutos da instituição. Antes deseja a quem for eleito para presidir aos destinos de Coimbra o maior sucesso, esperando que tenha uma relação institucional de grande abertura e cooperação com a AAC/OAF.

7 de outubro de 2009

Homenagem a Vasco Gervásio

Vasco Gervásio, um dos maiores símbolos de sempre da Académica, vai ser homenageado hoje, a título póstumo, pelas 18:00, no Salão Nobre do Governo Civil de Coimbra, numa cerimónia onde marcará presença o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, o Dr. Laurentino Dias.

Será esta então mais uma oportunidade para recordar um dos maiores capitães que passou pela nossa Briosa. Durante a homenagem, Vasco Gervásio vai ser condecorado com o Colar de Honra ao Mérito Desportivo, que Laurentino Dias irá entregar à viúva do ex-futebolista e dirigente dos "estudantes".

Vasco Manuel Vieira Pereira Gervásio nasceu a 5 de Dezembro de 1943 na Malveira, e estreou-se na Académica a 30 de Setembro de 1962, frente ao Académico de Viseu.

Durante 17 anos, vimos Gervásio encantar e vestir com muita garra, sacrifício e determinação uma camisola que sempre soube honrar ao máximo.

Foram 17 anos, 430 jogos, 284 dos quais como capitão, mais de 600 horas com o losango da Académica ao peito. Disputou as duas finais da Taça de Portugal e ergueu a Taça do Campeonato da 2ª Divisão em 1973.

O seu contributo à Académica, contudo, não se ficou por aqui, pois chegou a treinar o clube em duas ocasiões, conseguindo numa delas a subida de divisão. Como os grandes símbolos da Briosa, nunca desistiu dos estudos e licenciou-se em Direito, chegando a director de serviço da Segurança Social, em Coimbra, ocupando depois a presidência do Sindicato dos Jogadores.

Vasco Gervásio viria a falecer no dia 3 de Julho do presente ano. Hoje, tem lugar mais uma justa homenagem ao nosso grande capitão...

Zé Nando, treinador «até sexta-feira», fala de viroses

O treinador interino da Académica, Zé Nando, falou esta quarta-feira pela primeira vez aos jornalistas para fazer a antevisão do encontro da próxima sexta-feira, frente ao Beira Mar, a contar para a Taça da Liga. O antigo adjunto de Rogério Gonçalves restringiu-se à análise da partida, recusando abordar aquilo que aconteceu antes da sua «promoção» nem cenários futuros.

«O sentimento geral é o de reviravolta. Estamos ansiosos para inverter esta situação. Aliás, queremos fazê-lo já no próximo jogo, que sabemos será difícil. O plantel está a reagir bem e sinto que os processos adquiridos até agora ainda estão lá. Acredito que, a curto/médio prazo os jogadores irão dar uma resposta positiva. Quando temos uma virose, temos de tomar medicamentos e reagir para nos pormos novamente sãos. E é isso que está a acontecer com a equipa», sintetizou o técnico dos estudantes.
Apesar da intenção do plantel, Zé Nando sabe que, nestas circunstâncias, as melhoras costumam surgir de forma gradual e, por isso, não se ilude: «Não é em três dias que um treinador consegue transmitir a sua imagem. É um processo normal, que demora algum tempo. As chicotadas mexem sempre com o grupo. Não tenho uma varinha de condão, mas sinto os jogadores com vontade de dar a volta.»
Sobre o Beira Mar, o técnico disse esperar um encontro complicado devido a três factores: «É uma equipa da Liga de Honra, que são sempre fortes e competitivas; é um adversário com pergaminhos na I Liga e, finalmente, trata-se de um derby regional.»
A ambição da Académica é «fazer o melhor possível em todas as provas» e, consequentemente, Zé Nando acredita que o clube «tem legitimidade para pensar em chegar longe na Taça da Liga». «É crucial fazer um resultado positivo, que passa por uma vitória. Seria um bom prenúncio para aumentar os índices de confiança e obter outros sentimentos necessários para um novo arranque na Liga com outra consistência», acrescentou.
Zé Nando até quando?
Do futuro, o treinador interino da Briosa pouco falou. «Se vou continuar à frente da equipa? Quero chegar até onde for possível. Vou orientar a equipa até sexta-feira, foi o que me pediram», desvendou.
O importante, neste momento, para Zé Nando, é «sentir o pulsar dos jogadores» e «reabilitar psicologicamente o grupo», independentemente dos próximos adversários. «Não é mais fácil fazê-lo perante o Beira Mar ou o Portimonense [para a Taça de Portugal] do que frente ao F.C. Porto [no reatamento da Liga]. Se fizermos um bom resultado no Dragão, isso não é ainda mais moralizante? E mesmo perdendo o jogo, mas jogando bem, isso não dá ânimo?», questionou o técnico, deixando ainda um apelo aos adeptos para que «apoiem e acreditem na equipa».