18 de outubro de 2009

2009/2010 - Taça de Portugal: Académica 2-1 Portimonense: Crónica

As chicotadas psicológicas têm destas coisas. Uma equipa que não ganhava uma partida há cinco meses, em baixa anímica, já depois de ter conhecido dois treinadores (um deles interino), pareceu ter esquecido tudo isto e, em apenas 90 minutos, deu um pontapé na crise, no dia da estreia do novo técnico. André Villas Boas dificilmente poderia pedir melhor forma para dar início à carreira de treinador.
A revolta da Briosa começou logo a notar-se no onze inicial, com algumas rupturas em relação ao passado recente. Villas Boas apostou nos regressos de Berger, também ele em tarde de estreia esta época, e de Tiero, jogadores praticamente proscritos durante o consolado de Rogério Gonçalves. Tal como Miguel Fidalgo, autor do primeiro golo, também poucas vezes fora utilizado, apesar de ser o melhor marcador da equipa.
Os estudantes ainda têm muito que melhorar para voltarem a assemelhar-se com aquela equipa que terminou em sétimo lugar na passada temporada, mas já deu para notar alguns bons princípios neste jogo: maior solidez defensiva, melhor circulação de bola mas também raiva, muita raiva. O pontapé de Tiero é disso exemplo, um hino ao futebol, raro momento de inspiração deste ganês que marca pouco mas consegue golos importantes, como aquele que deu a última vitória na Luz.
O resultado ao intervalo poderia pecar por algum exagero mas os algarvios trataram de repor a justiça, quando reduziram por intermédio de Pires, num lance em que vieram à memória velhas falhas da defesa da casa, surpreendida pela velocidade da jogada.
Um pouco de táctica, agora
Foi então que o jogo passou a incidir mais sobre o plano táctico, da luta e do sacrifício, mas nem por isso deixou de haver oportunidades para ambos os lados. Começou melhor o Portimonense, galvanizado pelo golo e crente no empate, respondeu a Briosa com mais acuidade, obrigando até Pedro Silva à defesa da tarde num remate de Lito que parecia mesmo destinado a render o terceiro para os da casa.
Em suma, uma segunda parte mais disputada, aguerrida e de paciência, aspectos em que os estudantes mostraram também estar mais à-vontade, conseguido, pela primeira vez esta época, gerir e manter uma vantagem até ao fim.
Com este pequeno balão de oxigénio, os estudantes poderão agora respirar um pouco melhor durante a semana que antecede a visita ao Dragão, no reencontro de André Villas Boas com o clube onde começou a dar os primeiros passos no futebol, pela mão de Bobby Robson.

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