19 de dezembro de 2009

Bocas: Villas Boas espera Nacional agressivo e motivado

A Académica vai fechar o ano com uma deslocação intricada à Madeira, para defrontar o Nacional. O adversário impõe respeito mas o objectivo dos estudantes, traçado antes da última jornada por André Villas Boas, mantém-se inalterado: somar outra vez três pontos para ganhar cada vez mais sossego na tabela.

«É um jogo extremamente complicado. O Nacional chegou à Liga Europa com justiça no ano passado e esteve bastante bem no grupo, apesar de ter sido eliminado, joga um futebol atraente e tem jogadores de qualidade. A sua estrutura táctica, 4-4-2 em losango, causa sempre desequilíbrios em equipas que jogam em 4-3-3 como nós, e requer adaptações», analisa o técnico, sem, todavia, perder de vista o plano inicialmente traçado para este encontro e para o qual não poderá contar, novamente, com o central Orlando e o guarda-redes Ricardo.

«Tudo o que disse não nos retira a ambição dos três pontos, até porque o calendário, mais uma vez, nos favorece. Queremos respirar um pouco melhor e isso passa por ganhar. Se o empate é bom? Obviamente que temos de considerar esse resultado como positivo mas temos noção de que podemos aproveitar, tal como fizemos na última jornada, um confronto directo entre dois dos nossos adversários [Leixões-Olhanense] para nos distanciarmos», advoga o técnico.

Sem tirar o mérito da goleada do Nacional sobre o Austria de Viena, na despedida da Liga Europa, Villas Boas confessou-se «surpreendido com a desorganização dos austríacos», admitindo que os madeirenses se apresentaram «mais agressivos». A esse factor, o jovem treinador acrescentou ainda a motivação que espera encontrar do lado do adversário: «Por terem goleado e devido à paragem que faz com que qualquer jogador se motive para ir para casa com outro estado de espírito e poder passar um Natal mais feliz.»

Limitações do quinto orçamento mais baixo da Liga

Sobre a saída de Miguel Pedro para o Anorthosis Famgusta, um jogador «bastante importante» para a Académica, o técnico disse ainda não fazer sentido procurar uma alternativa no mercado sem dar atenção primeiro ao clube satélite, o Tourizense ou aos juniores do clube. «O Amessan [extremo-esquerdo emprestado ao Tourizense] pode servir os nossos interesses e é por isso que se juntou a nós. Mas tudo tem de ser pensado, para ver se o rendimento dele pode colmatar o do Miguel Pedro.»

A este propósito, Villas Boas referiu o facto da Académica possuir o «quinto orçamento mais baixo da Liga» como obstáculo, por vezes, à continuidade de jogadores em final de contrato com mais mercado, mas contrapôs a possibilidade de estes, depois de uma boa época, poderem estar mais interessados em manter-se em Coimbra.

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O treinador da Académica, André Villas-Boas, disse esperar um jogo complicado, domingo, frente ao Nacional, na 14.ª jornada da Liga, mas ambiciona levar os 3 pontos da Madeira.

"Vai ser um jogo extremamente complicado, porque como se viu o Nacional esteve bem na Liga Europa, apesar de ter sido eliminado, num grupo bastante difícil. Para mais, é 4.º classificado na nossa Liga, com um futebol atraente e com um jogador que causa muitos desequilíbrios. Mas isso não retira a nossa ambição de conquistar os 3 pontos", referiu o técnico em antevisão da partida com os insulares.

Villas-Boas lembrou o calendário da jornada, com um jogo entre o Leixões e o Olhanense, os dois últimos da Liga. Em caso de vitória ou de um resultado positivo na Madeira, a Académica poderá "respirar um pouco melhor" e distanciar-se dos lugares de despromoção.

O técnico destacou a forma mais agressiva como o Nacional encarou o jogo com o Austria de Viana (vitória por 5-1), para a Liga Europa, mas considerou que a mudança da estrutura técnica (entrada de Jokanovic) não teve influência na mudança de mentalidade dos jogadores.

"O jogo do Nacional faz-nos tirar determinadas ilações sobre o factor motivacional que os seus jogadores têm antes da paragem do campeonato", alertou.

Em relação à sua equipa, Villas-Boas confirmou que não conta com o capitão Orlando e o guarda-redes Ricardo, uma vez que ambos estão lesionados.

À margem deste tema e relativamente ao mercado de Janeiro, o técnico chamou a atenção para o facto de a Académica ter um dos cinco orçamentos mais baixos da Liga e não poder competir com outras equipas, o que poderá fazer com que (oito) jogadores que estão em final de contrato possam sair para outros clubes.

"Ou se consegue renovar mediante o percurso no campeonato, ou eles poderão sair para clubes melhores. A Académica só pode negociar até determinados limites", concluiu o técnico, acrescentando que estuda ainda as soluções internas do plantel, nomeadamente com o clube-satélite, o Tourizense, de onde poderão vir alguns reforços, como o caso do costa-marfinense Amessan, que aliás tem treinado com o plantel principal.

O Nacional, quarto classificado, com 21 pontos, e a Académica, 12.ª, com 13, defrontam-se no domingo, às 16 horas, no Estádio da Madeira, numa partida que será arbitrada por Paulo Costa, do Porto.

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