21 de janeiro de 2010

Contas investigadas

As contas da Académica estão a ser investigadas pelas Finanças. Na base desta investigação estão alegadas irregularidades nos pagamentos ao Estado, relativos a valores declarados no Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS).

Ao que A BOLA apurou, alguns dirigentes da equipa de Coimbra já foram mesmo notificados para esclarecerem assuntos relativos às contas do clube das últimas três épocas, estando, porém, o processo ainda numa fase de averiguações.

Certo é que a investigação agora iniciada ainda poderá dar muito que falar no futuro, com a Académica, caso se confirmem irregularidades nas declarações das contas apresentadas às Finanças nos últimos anos, a incorrer numa pena pesada.

Contactados ontem por A BOLA, ninguém ligado à Direcção dos estudantes esteve disponível para abordar este caso. O processo ainda se encontra numa fase inicial, pelo que as explicações deverão ser tornadas públicas mais tarde, uma vez que nos próximos dias deverão ser ouvidos mais dirigentes.

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Ricardo Guedes Costa, advogado e membro da direção da Académica, disse esta 4.ª feira à Lusa que a investigação das finanças ao clube é "uma atuação normal" daquela instituição perante as contas do clube.
"As finanças fazem fiscalização a valores tributados sobre IVA ou IRS apresentados. É uma atuação normal sobre um determinado valor declarado e que provavelmente não está certo", disse o advogado, confirmando que o ex-vice-presidente da Briosa, Jorge Alexandre, foi notificado para prestar declarações, pois era responsável pelo pelouro do futebol à altura dos factos.
Segundo o "Diário de Coimbra", o Fisco estará a investigar alegadas irregularidades praticadas pela Direção da Associação Académica de Coimbra/OAF, nomeadamente o atraso na liquidação de IRS dos futebolistas.
"Aparentemente, a Briosa apenas pagava os valores referentes ao IRS no final do ano civil, pois só nessa altura processava contabilisticamente os vencimentos. Mensalmente pagava com adiantamentos de caixa e assim só no final do ano teria de pagar o valor relativo ao IRS com juros. Embora, aparentemente, a Académica liquide na mesma o valor a que está obrigada por lei, o facto de não pagar ao Estado o imposto no prazo de 90 dias poderá ser considerado crime", adianta o "Diário de Coimbra", na sua edição desta 4.ª feira. A Lusa tentou falar com o ex-dirigente academista, mas sem sucesso.
Alegando desconhecer o objeto da investigação, Ricardo Guedes Costa diz que, "se é feita retenção de imposto e não é apresentado mensalmente às finanças, isso constitui crime", mas acrescenta que se trata de uma prática comum a nível empresarial, habitualmente punida com coima.

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