A Académica prepara-se para ser a única excepção à regra neste mercado de Inverno. O clube ainda não contratou ninguém e, apesar de o prazo para novas inscrições só terminar na próxima segunda feira, é praticamente certo que os estudantes vão manter o plantel inalterado. André Villas Boas já disse que não faz sentido recrutar só por recrutar, que tem demasiados jogadores, e está satisfeito com eles.
O técnico voltou a falar do tema nesta sexta-feira, fazendo algumas comparações, e, de alguma forma, orgulhoso pela forma responsável como o seu clube está a encarar este assunto. «Não se pode descurar o exemplo Académica. Portugal foi quem mais investiu neste mercado, no entanto a nossa realidade não é tão saudável como a de outros campeonatos europeus. Poderemos ser exemplo ou não mas só no final», afirmou sem criticar a política dos outros clubes, que até terão feito «excelentes negócios».
A questão na Briosa é mais profunda. «Se calhar há quem queira vir para cá, mas, se calhar, há quem não queria sair. É legitimo que os que cá estão ambicionem jogar mais aqui. Surgiram oportunidades de negócio, mas a qualidade que temos também me satisfaz. Vamos ver até segunda, mas, em princípio, não se esperam novidades», esclareceu o técnico, que deu os exemplos de Pedro Costa, Paulo Sérgio, Diogo Gomes ou Vouho, que estiveram bem na Taça da Liga e passaram a ser uma ameaça séria para os habituais titulares. «A equipa é demasiado equilibrada, tem demasiada gente para todas as posições», admitiu.
Falta ganhar fora para a Liga
Depois da primeira vitória fora de portas da época, em Matosinhos, para a Taça da Liga, os estudantes apontam agora baterias com redobradas esperanças numa repetição do feito, mas para a Liga. Vem ai a deslocação a Paços de Ferreira¿
«Vamos encontrá-los um pouco como encontrámos a Naval, que estava acima de nós na tabela, enquanto o Paços está em igualdade. Será um jogo extremamente difícil e competitivo. Queremos ir disputar os três pontos e com o pensamento na vitória fora. Temos o referencial do triunfo com o Leixões, além do empate sofrido no último minuto em Leiria e os três golos marcados na Madeira. Por tudo isso, parece-me que podemos ambicionar a ganhar fora pela primeira vez para o Campeonato», vaticina o jovem técnico.
André Villas Boas perspectiva um «jogo intenso», num campo «difícil e emotivo», onde não é fácil marcar golos mas onde se criam «muitas oportunidades de parte a parte», devido, justamente, à envolvente especial da Mata Real que acaba por contagiar os jogadores. «O Paços está moralizado e é mais uma daquelas equipas que sofreu uma alteração de treinador, que, neste caso, se traduziu na continuação do sucesso do anterior», avisa.
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