29 de março de 2010

2009/10 - 24J - V. Guimarães 1-0 Académica: Crónica

Palavras dóceis, elogios cúmplices e admiração comum. O ambiente indolor da véspera foi transportado e encenado na perfeição em pleno relvado do D. Afonso Henriques. Quiçá imbuídos da predisposição galanteadora dos dois treinadores, V. Guimarães e Académica anularam-se num registo salomónico, antes do ataque maciço e final dos minhotos. Paz atraiçoada, invasão do terreno estudantil e um golo soberbo e decisivo de Rui Miguel a cinco minutos do fim.


A introdução não engana. Antes, serve para ilustrar - sustentada no léxico dos técnicos - aquilo que se viu. Duas equipas não tão ambiciosas como seria expectável; duas equipas macias, dormentes, previsíveis ao longo de quase uma hora; duas equipas confortáveis, sem grande vontade de olhar o risco de frente e subjugar o adversário.
Mas chegou a hora de dizer «basta». Foi Paulo Sérgio a fazê-lo. Mexeu no banco, introduziu Rui Miguel e Jorge Gonçalves em campo, reforçou a frente de batalha e espetou uma faca nas costas do conforto estudantil.


O Sporting e, consequentemente, o quinto lugar ficaram a uma distância de dois pontos. O V. Guimarães ameaça seriamente os leões.
Duas bolas ao ferro e pouco mais para contar...
Roberto (aos nove minutos) e Marquinho (aos 60) dispararam ao ferro. Ambos de cabeça, ambos em situações lançadas das bandas laterais. Dois momentos preciosos do ataque do Vitória, sem dúvida, mas demasiado espaçados no tempo.


Entre um e outro instante muitos minutos passaram, sem grande coisa para contar. A Académica, seguríssima atrás e inofensiva no ataque, não incomodou Nilson e conformou-se com o correr do relógio. Colocada numa posição cinzenta da tabela, preferiu a diplomacia ao atrevimento.
Durante grande parte do tempo, pareceu que o plano arquitectado por Villas Boas iria dar certo. Berger e Orlando, muralhas altíssimas, Paulo Sérgio, Cris e Tiero, muito competentes no adormecimento da toada do jogo.

... até ao decisivo ataque final
Os 30 minutos finais foram a panaceia minhota. Alguém se lembrou que o Vitória tinha muito mais em jogo do que a Briosa. Num ritmo intenso, por todo o lado, começou o bombardeamento e selou-se o início das hostilidades.
Já bem perto do final, um pontapé exuberante de Rui Miguel definiu o rumo do encontro. O médio, tantas vezes excluído este ano, contou com a colaboração decisiva de Rui Nereu e lançou a euforia nas terras do Conquistador. O guarda-redes da Académica podia ter feito muito mais neste lance.
A justiça do desfecho não pode ser colocada em causa. O Vitória reagiu tarde, mas foi a tempo de segurar os três pontos. Três pontos que colocam a equipa de Paulo Sérgio em posição de ataque a uma ao quarto lugar.

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