20 de novembro de 2011

2011/12 - Taça de Portugal - Académica 3 - FC Porto:



nº espectadores:
Árbitro: Bruno Paixão -3
Melhor do FC Porto: Fernando
Melhor da Briosa: Hélder Cabral



.....::::: Crónica :::::.....


AAC-OAF: É certo que ainda há muito percurso pela frente até ao Jamor, um dos grandes objectivos da Académica para esta época, mas pelo menos o vencedor do troféu já não está em prova. A Académica subiu ao relvado molhado do Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra para partir para uma exibição para mais tarde recordar. O livro da História da Briosa há muito que não registava uma vitória da Académica diante os dragões mas hoje a página ficou eterna e dourada.


3-0. Aos 64, Marinho recebeu de Sissoko e encostou para o primeiro. Aos 81, Adrien recebeu de Hélder Cabral e rematou para o segundo. Aos 88, já com o recinto da Académica em festa, Éder isolou Diogo Valente que, perante Bracalli, fixou o resultado final em 3-0.


Do outro lado, o FC Porto nada conseguia fazer perante uma Briosa com personalidade, segura, confiante e extremamente motivada em fazer História. Pedro Emanuel tinha dito na antevisão do encontro que seria feriado se a Académica vencesse o FC Porto e a verdade é que o dia 19 de Novembro de 2011 será para sempre recordado para todos os que tiveram oportunidade de assistir "in loco" ao jogo.


Agora, no caminho ainda longo para o Jamor, a Académica continua a perseguir o sonho que comanda a vida...


MF: O F.C. Porto está fora da Taça de Portugal depois de reprovar com estrondo no exame de Coimbra. Os estudantes foram catedráticos e voltaram a colocar a nu as fragilidades deste dragão, autêntica sombra da última temporada.


Se perder num terreno que era talismã há 41 anos já demonstra o tamanho da noite do horror portista, sair das margens do Mondego por 3-0 nem merece comentários... que o digam os adeptos, que vociferaram contra a equipa.


Péssimo jogo do campeão, que conseguiu terminar a primeira parte sem ter feito um único remate à baliza, sofreu golos imperdoáveis, e foi incapaz de reagir à altura. Os portistas começaram assim da pior forma um ciclo de três jogos decisivos em três provas.


Depois da Briosa, seguem-se o Shakhtar, na Ucrânia, para a Liga dos Campeões, e o Sp. Braga, para a Liga, no Dragão, a terminar a semana. Ainda haverá margem para Vítor Pereira?


Começar mal...


O jovem técnico mudou quatro jogadores em relação ao jogo com o Olhanense, a começar pela baliza, onde Bracalli continuou a ser o eleito para a Taça de Portugal. Recuperou ainda Otamendi para poupar Mangala, manteve o meio-campo, e lançou Walter e Varela no ataque salvaguardando Kléber e James, que tiveram compromissos internacionais.


A falta de intensidade começou a notar-se desde o apito inicial. Mas se o início ao «ralenti» favorecia a Académica não dava para perceber a falta de chama do Dragão. Sem velocidade, garra ou qualquer vontade de atacar, os comandados de Vítor Pereira entregavam-se a um jogo previsível, mastigado, numa súmula colectiva das suas várias individualidades em sub-rendimento.


Ter Maicon como lateral-direito não ajuda nada quando é preciso subir e cruzar para a área, mas o que dizer do remate de Álvaro Pereira, quase no final dos primeiros 45 minutos, como que a devolver a bola ao companheiro para repetir a jogada? Por momentos, parecia que o F.C. Porto não estava em campo e, como tal, a Académica ainda poderia reivindicar a vitória por falta de comparência¿


... e acabar pior


Os campeões nacionais só conseguiram disparar à baliza no início da segunda parte, com Fernando a fazer brilhar Ricardo entre os postes. No canto subsequente, Maicon atira às malhas laterais e o Porto, por momentos, estar a sair da longa letargia. Walter esteve à beira de marcar e Hulk deixou as mãos a arder ao guarda-redes da Académica, no primeiro movimento à imagem do Incrível.


A melhoria foi notória mas não chegou para levar a Académica ao tapete. Aliás, os estudantes continuaram bem vivos, ameaçaram num livre de Adrien e noutro lance de Éder, mas à terceira conseguiram tomar o castelo de assalto e pelo lado mais fraco: Maicon. O brasileiro ficou a ver Sissoko correr e Marinho fez o mais fácil.


O lateral-direito improvisado voltou a ser apanhado no olho do furacão no segundo golo, abrindo novamente a porta à Hélder Cabral, ao ficar parado, devido a uma alegada falta. Cometeu um erro fatal.


O lance é quase uma imitação do primeiro, só que desta feita é Adrien quem finaliza. A vergonha foi ainda maior com o 3-0, por Diogo Valente. O lado direito da defesa portista foi mesmo a auto-estrada para o suicídio.


O JOGO: E agora? A derrota foi tão expressiva e tão clara que torna a pergunta inevitável. E agora? O FC Porto não podia ter começado de pior forma o ciclo de decisões, perdendo o primeiro de três jogos absolutamente determinantes que obrigam a ter cabeça fria num momento quente. Facto: foi-se a Taça de Portugal, perda ampliada pelo estrondo de uma derrota histórica, reforçando-se a certeza de que não há reconciliação visível entre o plantel portista e as ideias do seu treinador. Aliás, esse desencontro chegou a ser confrangedor em Coimbra: Vítor Pereira de pé, de um lado para o outro, a gesticular, gritando instruções para dentro de campo, e nada. Nem um clique. Se estivesse sentado e mudo, desconfia-se que o efeito produzido teria sido exactamente o mesmo. Ninguém o parecia escutar, e os jogadores insistam numa combinação de extremos: apatia com disparates. O primeiro golo não surpreendeu muito e também não foi a bofetada de que o FC Porto precisava para acordar. A seguir a esse veio outro e outro ainda, golpes duros que precipitaram a fúria na bancada onde estava a claque portista. Pediu-se a demissão de Vítor Pereira e pediu-se também que os jogadores, não necessariamente tratados com esta gentileza, jogassem à bola...


De facto, eles não tinham jogado nada. Repare-se nisto: se não é inédito, e é muito provável que seja, terá acontecido poucas vezes - o FC Porto terminou a primeira parte sem remates à baliza. Exige-se exclamação para reforçar o efeito dramático: nem um, unzinho sequer! Álvaro Pereira ainda tentou remar contra essa estatística, mas o melhor que conseguiu foi corar de vergonha depois ver o único esboço sair... pela linha lateral. Podia dar-se o caso de esse desacerto ter sido uma consequência de mexidas profundas na estrutura da equipa, o que às vezes acontece em jogos de Taça. Mas não. Baliza à parte, Vítor Pereira apostou num onze sem alterações que justificassem tamanha falta de sintonia. Do outro lado, a pressão feita a meio, com unidades de combate, serviu para que uma Académica bem montada por Pedro Emanuel chegasse ao intervalo com metade do trabalho feito: o adversário estava bloqueado num labirinto e não havia maneira de encontrar saída. Portanto, era só preciso fazer a metade que faltava.


Mais espevitado no início da segunda parte, com um remate de Fernando que Ricardo desviou com dificuldade, o FC Porto parecia, finalmente, querer discutir o jogo. Aparências. A Académica foi eficaz a estancar esse fogacho, beneficiando de exibições acertadas em zonas nucleares: Hélder Cabral fazia frente a Hulk; Pape Sow e Adrien dominavam no meio; Marinho, Sissoko e Éder, sobretudo estes dois, desestabilizavam à frente. Num desses movimentos de desequilíbrio, surgiu o golo de Marinho, a completar uma asneira de Rolando e um bom cruzamento de Sissoko. No segundo, a asneira foi de Maicon, que parou a ver a banda passar, e no terceiro foi Fernando quem falhou primeiro.


Volta-se ao princípio: e agora? O crédito de Vítor Pereira parece esgotado, com uma mensagem que não passa, nem entusiasma; a equipa arrasta-se, deprimida e desligada. Mas, também é preciso que fique escrito que não há treinador que resista a jogadores com uma atitude destas. Querer e não conseguir é uma coisa; ficar de braços cruzados é outra. Neste jogo, os braços ficaram cruzados. O povo começa a pedir revoluções, mas a verdade é que está muita coisa em jogo até ao fim de Novembro. O único facto é que se foi a Taça.


E agora?



.....::::: Destaques :::::.....


A figura: Sissoko


O 3 dos estudantes é movimento da cabeça aos pés. Deve ser desconcertante para um defesa apanhá-lo pela frente, qual leão solto na savana. Mais mexido do que ele na partida só mesmo o seu saltitante cabelo. Que o diga Maicon: se já não bastasse a chuva, o marfinense ainda tratou de fazer a cabeça em água ao adaptado lateral direito. No lance do primeiro golo realce para a forma felina como fez a recepção da bola isolando-se, para fazer um cruzamento que Marinho só teve de empurrar. O jovem africano (20 anos) não deverá ficar muito mais tempo em Coimbra. Deixou de ser aquele jogador com bons momentos, mas pouco objectivo, para surgir agora a jogar simples e eficaz.


O injustiçado: João Moutinho


Surgiu no Estádio Cidade de Coimbra revitalizado pela vitamina que trouxe da selecção. Na primeira parte foi o melhor (único?) jogador azul e branco em campo. Tentou lutar contra a apatia que se apoderara dos colegas, mas sozinho era difícil, e acabou infectado letargia colectiva. Na segunda parte, desapareceu por completo até ser substituído.


Outros destaques:


Éder - Não foi fácil ver o luso-guineense perder um lance para os centrais do F.C. Porto. Até parecia uma tarefa simples segurar a bola de costas para a baliza e esperar que um colega aparecesse. No lance do golo é ele quem ganha a bola que depois sobra para Sissoko assistir Marinho. Quando chegou a hora de decidir é que o goleador dos estudantes revelou maiores dificuldades, e acima de tudo, a falta de confiança que explica que o jogador não faça o gosto ao pé há dois meses. Dois exemplos: primeiro tentou o lance individual quando tinha Marinho solto na direita; pouco depois surgiu perante Bracalli, mas permitiu o corte de Álvaro Pereira.


Ricardo  - Mostrou-se muito seguro durante a segunda parte. E o elogio não se estende ao primeiro tempo porque, a bem dizer, o adversário não fez um único remate nesse período. A vitória estudantil começou a ser construída na solidez demonstrada pelo guardião a remates de Hulk (3) e Fernando. Deixou claro a Pedro Emanuel e a toda a equipa que podem contar com ele.


Marinho - Começou por mostrar vontade, tentando aproveitar o mínimo erro da defesa portista, mas passou das ameaças aos actos quando percebeu as intenções de Sissoko e tratou de colocar-se à jeito para empurrar a bola, como toda a facilidade, para o fundo da baliza de Bracalli.


Pape Sow - Jogo irrepreensível do senegalês, primeiro tampão às investidas portistas e com tanta dinâmica que, além de cortar de forma limpa, ainda conseguiu servir os companheiros da frente a preceito. Na retina ficou um passe longo para Éder que o colega só por um triz não transformou em golo.


Sissoko 8 - Um sprinter com jeito para várias acrobacias


Já no jogo do campeonato se tinha mostrado ao FC Porto. Desta vez, porém, juntou à irreverência um conjunto de acções que desfez verdadeiramente a defesa dos dragões. A velocidade de ponta foi uma constante do primeiro ao último minuto, e a facilidade com que ganhou as costas a Maicon e Álvaro Pereira não surpreendeu. Entendeu-se na perfeição com Éder e, não fossem alguns foras-de-jogo, na maioria bem assinalados, podia ter feito mossa mais cedo. Aos 65' conseguiu finalmente materializar em golo um dos excelentes arranques pela esquerda, com um cruzamento bem medido para a entrada de Marinho. Depois, ao invés de abrandar, acelerou e dedicou-se também a algumas acrobacias que deliciaram o público. Não estranha que no final tenha sido o mais aplaudido.



.....::::: Opiniões :::::.....


Pedro Emanuel - "Houve mérito nosso"


Nem o facto de a Académica ter quebrado um jejum de 41 anos fez Pedro Emanuel enveredar por um discurso épico: "Houve muito mérito do grupo da Académica, sim senhor, da mesma forma que também não primou por grandes momentos de futebol". "O jogo não teve grande história, mas tivemos grande capacidade de sofrimento, sentido de entreajuda e disposição para o jogo. Quero, porém, realçar uma coisa importante: nem no domingo [derrota com o Penafiel] éramos os piores do mundo, nem hoje [ontem] somos os melhores", sublinhou. Orgulhoso com a resposta dos seus jogadores, reiterou o desejo de alcançar a final do Jamor. "Vamos alimentar esse sonho, deixou escapar. E agora há feriado em Coimbra? "Temos de falar com o presidente da Câmara", respondeu.


Vítor Pereira - "Vou conversar com a estrutura"


Pela primeira vez esta época, Vítor Pereira deixou de ter a certeza de que tem a confiança total da SAD do FC Porto. Em contraste quase total em relação ao discurso de Olhão, o treinador remeteu a discussão interna sobre o momento da equipa para mais tarde. "Não é hoje [ontem] que vou dizer se tenho condições para continuar. Irei conversar com a equipa e a estrutura. Aqui só falo do jogo, tudo o resto não vou discutir. A questão que me preocupa neste momento é a equipa apresentar estes níveis. Isto hoje [ontem] não foi nada", desabafou, abstendo-se de comentar a contestação da claque portista. "São questões que não são para aqui chamadas. O que eu quero claramente é analisar o jogo, que foi horrível da nossa parte", criticou.


A exibição desastrada de Maicon não deixou ninguém indiferente, mas não serviu de bode expiatório para o treinador. "Não foi culpa de jogador A, B ou C. A culpa foi da equipa toda. Perante um jogo destes, não há justificação possível. Fizemos um jogo muito mau, com pouca agressividade ofensiva e pouca agressividade defensiva. Não há ponta por onde pegar. Se quisermos ganhar títulos temos de ser muito mais agressivos, mais fortes com a bola e mais pressionantes. Hoje [ontem] não fomos essa equipa. Inexplicavelmente, pura e simplesmente não existiu. Foi uma vitória justíssima da Académica", reconheceu.


Pelo meio, Vítor Pereira deixou uma mensagem de esperança. "É com estes jogos que uma equipa cresce. As responsabilidades são de todos", repetiu.


Hélder Cabral - "Segundo golo foi um lance feliz"


Grande protagonista do lance que atirou por terra qualquer hipótese de recuperação do FC Porto, Hélder Cabral considerou que "a diferença" no encontro foi "a concentração da Académica". "A equipa esteve bem, muito unida e soubemos esperar pelas nossas oportunidades", referiu, antes de dar a sua visão da jogada que resultaria no 2-0. "O segundo golo? Foi um lance feliz. Uma arrancada feliz pelo lado esquerdo, consegui ganhar a posição ao Maicon com alguma felicidade, mas nunca desisti da jogada e vi o Adrien atrás da linha da bola. E meti-lha. Foi o momento do jogo. Estava 1-0 e o 2-0 já perto do final foi crucial", vincou.


Adrien - "Pensar em chegar à final"


Tendo em conta o que sucedeu no jogo do campeonato - derrota por 3-0 -, pode até pensar-se que a Académica tinha um segredo bem guardado para agora bater o FC Porto, mas não. Segundo Adrien, foi tudo uma questão de estratégia. "O que estava planeado deu resultado e, por isso, esta vitória foi merecida", declarou o médio, autor do segundo golo do jogo, que apagou de vez a tímida chama do dragão. A presença no Estádio do Jamor é agora um objectivo, mas o jovem cedido pelos leões prefere ir com calma. "É claro que temos que pensar na final, embora mantendo os pés bem assentes no chão", ressalvou Adrien.


Diogo Valente, autor do último golo da vitória da Académica frente ao F. C. Porto (3-0), em declarações após o jogo que coloca os estudantes nos oitavos-de-final da Taça de Portugal:


«Na segunda parte entrámos mais fortes, com uma vontade muito grande. O mister disse-nos para acreditarmos, porque tínhamos conseguido criar perigo ao F.C. Porto, e foi isso que fizemos, e as oportunidades surgiram naturalmente. O F.C. Porto é uma casa que não esqueço. Um golo é sempre um orgulho para um jogador, mas agora este jogo já passou. Na semana passada não éramos os piores e agora também não somos os melhores. Temos de continuar a trabalhar porque temos já aí um jogo importante contra o Beira Mar.»


[Como vê a situação do F. C. Porto?]


«Acho que toda a gente vê que o clube não atravessa uma fase boa. As coisas estão difíceis para eles, mas é um grupo forte. Aquele clube, com a qualidade que tem, rapidamente vai resolver a situação, e vão aparecer fortes, muito brevemente.»



.....::::: Briosos :::::.....


Ricardo - 6 - Três defesas apenas, duas delas vistosas, a remates de Fernando (51') e Hulk (80').


João Dias - 6 - Boa exibição, mas beneficiada pela "ausência" de Varela. James também não incomodou.


Berger - 7 - Walter não lhe deu muito trabalho, mas é de elogiar a presença física com que o assustou e obrigou sempre a jogar em espaços mais recuados.


João Real - 7 - Total tranquilidade, primeiro nas dobras, depois com Kléber. Nem uma falha.


Hélder Cabral - 8 - Grande jogo do lateral, que começou por ser permissivo, mas subiu imenso, ao ponto de ter assistido para o segundo golo e criado outros lances de perigo. Na segunda parte, nunca foi batido e ainda demonstrou arrojo em várias intercepções.


Diogo Melo - 6 - Importante no ganho das segundas bolas, não arriscou, mas nunca se desequilibrou. Só tinha 45' esta época...


Pape Sow - 7 - Tampão defensivo e primeira mola do contra-ataque. Anulou o miolo dos dragões.


Adrien - 7 - Fez um esforço para se adaptar a uma posição mais adiantada e foi premiado com uma excelente exibição. Marcou o ritmo, distribuiu com inteligência e, antes do golo sentenciador, já tinha tentado alvejar a baliza de Bracali.


Marinho - 6 - Irrequieto, mas pouco incisivo. Ainda assim, foi decisivo ao estar no sítio certo para marcar o primeiro.


Éder - 7 - Bravo, poderoso e rápido. Com outro "timing" e inteligência, teria arrasado. Aos 60', por exemplo, correu meio campo isolado, mas já na área permitiu a intercepção de Álvaro Pereira. Antes não vira Marinho solto. As falhas não o derrubaram, contudo, e, depois de muito insistir, lá inscreveu o seu nome no resultado ao lançar Diogo Valente para o terceiro golo.


Diogo Valente - 6 - O contra-ataque melhorou com a sua velocidade. Grande calma a bater Bracali.


Júlio César - 5 - Não destoou e contribuiu para reforçar a solidez do miolo.


Fábio Luís - 1 - Sem tempo.



.....::::: Lances Chave :::::.....


23' Primeiro remate do jogo. Foi de Adrien e por cima da baliza de Bracali.


32' Marinho recupera a bola, após alívio precipitado de Moutinho, e entrega-a a Éder, descaído na esquerda. Em vez de remate, saiu um passe para Bracali...


36' Belluschi tenta isolar Maicon, mas Ricardo foi rápido a sair dos postes.


44' Cruzamento de Maicon para remate de Álvaro Pereira, que estava na área e atira... para a linha lateral.


48' Livre de Adrien, Rolando corta e a bola sobra para Pape Sow, que atira às malhas laterais, depois de sofrer um desvio na defesa portista.


51' Primeiro remate do FC Porto à baliza. E que remate! Hulk assiste Fernando, que surge embalado à entrada da área e atira para uma boa defesa de Ricardo.


59' Isolado, Éder embala para um frente a frente com Bracali, valendo o corte, em carrinho, de Álvaro Pereira.


60' Remate de Hulk para defesa de Ricardo.


65' [1-0] Golo de Marinho. Tentativa de intercepção do Rolando corre mal e a bola sobra para Sissoko, à esquerda. Depois, foi só servir de bandeja para Marinho empurrar.


72' Livre de Adrien. Ao lado.


81' Golo anulado ao FC Porto. Hulk remata, Ricardo defende para a frente e James aparece a empurrar. Fora-de-jogo, diz o árbitro.


82' [2-0] Golo de Adrien.


Uma defesa parada a ver como se faz


O lance começa e acaba em Adrien. A passividade portista começa a meio do meio-campo, onde Adrien vê a correria de Hélder Cabral à esquerda. É para lá que segue a bola. Maicon ainda tenta a intercepção, mas a tentativa é branda e pouco eficaz. O brasileiro pára e gesticula, a pedir uma suposta falta. O lance prossegue nos pés de Hélder Cabral, já sem a oposição, mesmo que só de corpo presente, de Maicon. O lateral da Académica levanta a cabeça e vê Adrien chegar à área, na zona central. O cruzamento sai-lhe bem medido. Embalado, a furar pelo meio de uma defesa estática, Adrien aparece para completar o serviço que começara com um pontapé certeiro. Um golpe fatal no FC Porto, precipitando uma crise de nervos na bancada onde estavam os adeptos portistas.


89' [3-0] Fernando perde a bola a meio-campo, Éder aproveita para embalar e assistir Diogo Valente, que controlou bem a bola, fugiu a Maicon e esperou pela saída de Bracali para marcar.



.....::::: Minuto a minuto :::::.....


90' FINAL DO JOGO! Académica - 3 F.C. Porto - 0. Finalistas nas últimas quatro edições, vencedores das últimas três, os «dragões» estão fora da Taça de Portugal. Exibição muito fraca da equipa de Vítor Pereira, que foi contestado pelos adeptos ainda durante o jogo. A formação orientada de Pedro Emanuel foi sólida e soube aproveitar os erros do adversário. Vitória justa.
90' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Éder entra Fábio Luís
90' CARTÃO AMARELO para Ricardo (Académica )
90' Três minutos de compensação...
89' GOOOOOOOLLLLLOOOOOOO!!! ACADÉMICA ! 3-0 por Diogo Valente. Éder isola o esquerdino, que não tem dificuldades em bater Bracali. O F.C. Porto está desfeito.
86' Os adeptos do F.C. Porto não perdoam Vítor Pereira, e já lhe pedem a demissão.
84' Hulk cobra um livre directo e Ricardo defende junto ao poste.
82' GOOOOOOOLLLLLOOOOOOO!!! ACADÉMICA ! 2-0 por Adrien Silva. Maicon pára a reclamar uma falta e Hélder Cabral aproveita para cruzar rasteiro, para a conclusão de Adrien. Erro do lateral direito adaptado. Mesmo que fosse falta, o que não parece, não pode reagir assim.
81' James mete a bola no fundo da baliza, após defesa incompleta de Ricardo a remate de Hulk, mas é assinalado fora-de-jogo. Decisão correcta.
80' O F.C. Porto continua sem ideias.
77' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Diogo Melo entra Júlio César
74' Hulk cobra um livre directo com a potência habitual, mas a bola bate em Fernando!
73' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Marinho entra Diogo Valente
73' Livre directo de Adrien, a contornar a barreira pelo lado de fora, mas a sair ligeiramente ao lado.
70' Bom corte de Maicon, quando tinha Habib nas costas, a prepara-se para desviar o livre de Adrien.
67' SUBSTITUIÇÃO F.C. Porto . Sai João Moutinho entra Defour
67' SUBSTITUIÇÃO F.C. Porto . Sai Varela entra Kléber
67' Hulk remata ao lado, de longe.
65' GOOOOOOOLLLLLOOOOOOO!!! ACADÉMICA ! 1-0 por Marinho. Um mau corte de Rolando que acaba por isolar Sissoko, que cruza rasteiro para a conclusão de Marinho.
61' CARTÃO AMARELO para Rolando (F.C. Porto )
61' Remate forte de Hulk, para defesa apertada de Ricardo.
61' GRANDE CORTE DE ALVARO, a evitar que Éder rematasse. O avançado da Académica apareceu isolado, após passe de Habib, mas demorou muito.
60' Rolando desvia um livre de Moutinho, mas a bola sai por cima.
59' SUBSTITUIÇÃO F.C. Porto . Sai Belluschi entra James Rodríguez
57' Adrien cobra um livre directo mas a bola bate na cabeça de Maicon, que estava na barreira, e sai por cima.
56' CARTÃO AMARELO para Belluschi (F.C. Porto )
56' CARTÃO AMARELO para Nicolás Otamendi (F.C. Porto )
56' WALTER APARECE SOLTO AO SEGUNDO POSTE, a corresponder de cabeça a um cruzamento de Belluschi, mas a bola não vai na direcção da baliza e João Real corta.
54' Remate torto de Hulk.
52' Maicon remata à malha lateral, na sequência do canto.
51' O PRIMEIRO REMATE DO FC PORTO É DE FERNANDO, E QUASE DAVA GOLO! O médio colocou a bola bem junto ao poste direito, mas Ricardo voou bem e desviou para canto.
49' Habib cabeceia ao lado, na sequência do canto.
48' Habib remata à malha lateral, com a bola a desviar ainda em Maicon. Foi na sequência de um livre de Adrien, cortado por Rolando.
47' Bracali sai da área e afasta o perigo com o pé, quando Marinho se aproximava com perigo.
46' RECOMEÇA A PARTIDA
45' Duas notas ao intervalo. Primeiro, a troca de camisola entre Hulk e Diogo Melo; segundo, as dificuldades de João Real ao deixar o campo, ladeado pelo médico da Académica. Pedro Emanuel poderá ter de queimar uma substituição e face à opções, a única solução passa por recuar Pape Sow para o centro da defesa!
45' INTERVALO NA PARTIDA ENTRE Académica e F.C. Porto. Não há memória de uma primeira parte tão fraca do F.C. Porto: nem um remate à baliza!!!
44' Que mal: pior que o cruzamento de Maicon, só o remate de Alvaro Pereira!!! A bola saiu pelo lado oposto, pela linha lateral!!!
40' Finalmente uma jogada de ataque do Porto, mas o cruzamento de Walter é interceptado por Ricardo!
38' Continua a toada lenta, até parece que o Dragão não está cá hoje...
32' Moutinho entrega mal a bola, Marinho mete em Éder mas o luso-guiniense cruza mal, a bola é desviada e Bracalli recolhe sem problemas!
27' Parece mentira, mas o Porto ainda não fez um remate à baliza!!!
22' Centro de Marinho, directamente para Bracalli. Na jogada seguinte, Adrien atira de meia-distância mas por cima!
17' E faz agora o mesmo evitando que um cruzamento de Alvaro Pereira chegasse a Hulk!
16' Combinação Belluschi/Moutinho mas Ricardo antecipa-se!
12' Jogo muito mastigado, de ambos os lados.
8' O Porto está a deixar a Académica manobrar à vontade no seu meio-campo defensivo...
2' Muita posse de bola do Porto mas sem progressão...
1' COMEÇA A PARTIDA ENTRE Académica e F.C. Porto
0' Ao todo, foram apenas 10 derrotas contra 38 triunfos e ainda 13 empates.
0' O F.C. Porto é o grande que mais dissabor causa à Académica. É, simplesmente, o adversário a quem não ganha há mais tempo em casa: quase 41 anos. Foi a 15 de Novembro de 1970 que os portistas perderam pela última vez em Coimbra.
0' O silêncio é tal, quando a aparelhagem sonora se cala, que mais parece estarmos à espera do início de um jogo-treino...
0' Está mesmo muito pouco público no estádio, talvez umas mil pessoas...
0' Curiosamente, o ocaso do ciclo positivo coincidiu com a vitória do F.C. Porto neste estádio, a 2 de Outubro.
0' Em casa, particularmente, não vence desde 26 de Setembro, por altura da goleada (4-0) sobre o Feirense.
0' Os comandados de Pedro Emanuel atravessam a pior fase da época depois de um arranque em grande. A equipa não ganha desde 16 de Outubro, quando eliminou o Oriental justamente nesta prova.
0' O árbitro da partida será Bruno Paixão, auxiliado por António Godinho e Nuno Roque. O quarto árbitro será Paulo Barradas.
0' F.C. PORTO: F.C. PORTO: Bracali; Maicon, Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira; Fernando; Moutinho e Belluschi; Hulk, Walter e Varela. Suplentes: Helton, Mangala, Souza, Defour Djalma, James e Kléber.
0' ACADÉMICA: Ricardo; João Dias, Berger, João Real e Nivaldo; Pape Sow; Adrien e Diogo Melo; Marinho, Éder e Sissoko. Suplentes: Peiser, Cédric, Nivaldo, Júlio César, Hugo Morais, Fábio Luís e Diogo Valente.



.....::::: Árbitro :::::.....


Árbitro: Bruno Paixão - 3


Foras-de-jogo da discórdia


Dos quatros lances de (alegada) posição irregular de jogadores submetidos a análise, apenas dois recolheram consenso dos especialistas: James estava efectivamente fora-de-jogo no momento do remate de Hulk, enquanto Éder viu ser-lhe mal anulado um lance em que caminhava sozinho para a baliza do FC Porto. Além disso, todos consideram que não existe falta de Hélder Cabral sobre Maicon na jogada que veio a resultar no 2-0.


Momento mais complicado


80'


É bem assinalado o fora-de-jogo a James antes de este introduzir a bola na baliza da Académica?


Jorge Coroado + No momento do remate de Hulk, James já se encontrava adiantado em relação ao penúltimo defesa academista, acabando por tirar proveito da posição irregular para introduzir a bola na baliza, após rechaço do guarda-redes.


Pedro Henriques + Fora-de-jogo correctamente assinalado, pois, no momento em que Hulk remata, James já está adiantado em relação ao penúltimo defesa adversário, acabando posteriormente por tirar vantagem dessa posição.


Paulo Paraty + No momento do remate de Hulk, James encontra-se adiantado em relação à linha defensiva. A proximidade com a linha limite da área de grande penalidade facilitou a vida ao árbitro assistente.


Outros casos


1. 20' Hulk lança Walter, mas o lance é travado por posição irregular do Bigorna. Decisão correcta?


2. 57' Existe razão para assinalar fora-de-jogo de Éder quando este é desmarcado por Hélder Cabral?


3. 81' Há alguma falta de Hélder Cabral sobre Maicon na jogada que veio a resultar no 2-0?


4. 89' Diogo Valente estava em posição irregular antes de fazer o terceiro golo da Académica?


Jorge Coroado


1. + Walter, no limite, estaria em fora-de-jogo por uma unha negra no momento em que o passe foi efectuado. O árbitro assistente acertou, mas é daqueles lances em que se é dado benefício ao atacante, ninguém diria nada.


2. - Precipitação do árbitro assistente, pois no centro da defesa do FC Porto existe um jogador a colocar em posição regular o academista.


3. + Não há infracção alguma do jogador da Académica, que apenas evitou o contacto de forma algo atabalhoada, mas suficiente para se isolar e deixar Maicon a fazer aquilo para que não tem jeito: de árbitro.


4. - Na minha opinião, Diogo Valente já estava adiantado quando o passe foi executado. Foi uma jogada rápida em que se pode atribuir o benefício da dúvida ao assistente, mas depois de ter sido tão preciso no fora-de-jogo assinalado a Walter, acabou por não ter critério.


Pedro Henriques


1. - Lance de difícil análise, e no limite, mas no momento do passe Walter está a ser colocado em jogo pelo adversário que está mais próximo do assistente.


2. - Mais um lance no limite, mas, com a repetição, vê-se que Éder está em linha com o penúltimo adversário no momento em que a bola lhe é passada.


3. + Lance absolutamente normal de contacto físico, mas sem motivo para assinalar infracção, pelo que o golo que daí resulta acaba por ser legal.


4. + Um lance no limite, com claro benefício para a indicação do assistente, que nestes casos, e bem, deve deixar prosseguir a jogada.


Paulo Paraty


1. - Na dúvida, o ideal era que o árbitro assistente não interferisse. Contudo, a imagem parada da televisão parece tirar-lhe razão.


2. - Tal como no lance anterior, e beneficiando da ajuda da televisão, entendo que o ideal seria o árbitro assistente, na dúvida, não ter interferido.


3. + Maicon interpõe-se entre Hélder Cabral e a bola, tentando obstruir o academista e provocando um choque. Bruno Paixão entendeu o lance como absolutamente normal, e eu aceito a sua decisão.


4. + Por analogia com os lances de fora-de-jogo anteriores, entendo que fez bem o assistente em, na dúvida, não interferir e deixar seguir o lance.


Apreciação global


Jorge Coroado - Num jogo com uma primeira parte muito comprida, pela sonolência provocada, e um segundo tempo mais movimen-tado e exigente, o árbitro até conseguiu demonstrar que é capaz de arbitrar sem inventar.


Pedro Henriques - Uma arbitragem globalmente positiva, sem influência no resultado, contando ainda com a boa colaboração dos assistentes, embora tenha privilegiado pouco o contacto físico.


Paulo Paraty  - O jogo não ofereceu dificuldades muito especiais, permitindo à equipa de arbitragem, com uma ou outra falha, ter um trabalho sem interferência na acção global do jogo.

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