24 de setembro de 2012

2012/2013 - 04J - Académica 2 - Benfica 2: Briosa heróica!



nº espectadores: 8 217
nota ao árbitro: Carlos Xistra - 2
melhor do Bnefica: Salvio
melhor da Académica: Salim Cissé

 

Crónica AAC-OAF


A Académica empatou este domingo com o Benfica a duas bolas, em jogo que contou para a 4ª jornada da Liga ZON Sagres. Os "estudantes" estiveram em vantagem por duas vezes, com golos de Salim Cissé e Wilson Eduardo, mas foi já nos instantes finais que os encarnados iriam empatar o jogo, isto numa altura em que a Académica já jogava com 10, por expulsão de Rodrigo Galo.

A primeira parte começou com sinal mais do Benfica, que desperdiçou boas oportunidades para inaugurar o marcador mas a verdade é que esse privilégio caberia à Académica, que chegaria ao primeiro tento através da marca de grande penalidade. Salim Cissé enganou Artur e fez o 1-0, resultado que se registava ao intervalo.

Na etapa complementar, Carlos Xistra entendeu que Rodrigo Galo jogou a bola com a mão dentro da área e foi expulso num lance muito discutível, mas que permitiu ao Benfica repor a igualdade, também de grande penalidade. A Briosa, a jogar com menos um, não se deixou atemorizar pelo então líder do campeonato e permaneceu muito segura e confiante de que ainda tinha uma palavra a dizer. E assim foi.

Aos 69 minutos, Wilson Eduardo fez o 2-1 de penalti, após falta sobre Hélder Cabral na grande área encarnada, resultado que conferia justiça ao que se passava dentro das quatro linhas. Contudo, foi já a cinco minutos do fim que Lima iria empatar de novo a partida, num belo remate de fora da área, sem hipóteses de defesa para Ricardo.

O jogo chegava ao fim com muitos nervos e emoção à mistura mas já nada havia a fazer. Académica e Benfica empataram em Coimbra, tal como aconteceu na temporada passada.

Crónica Maisfutebol




Num encontro com três grandes penalidades, duas para os estudantes e a outra para os encarnados, os comandados de Jesus acabaram por mitigar o prejuízo maior.

O Benfica sofreu a bom sofrer no regresso às competições internas, este domingo, em Coimbra. Depois de um início esmagador, que não conseguiu materializar em golos, o conjunto de Jesus esteve à beira de perder o jogo, a jogar com mais um jogador do que o adversário!

Pelo meio, houve três grandes penalidades, duas para a equipa da casa e uma para as águias, e emoção a rodos, num encontro que ditou a perda dos dois primeiros pontos fora da Luz e a consequente perda da liderança para o F. C. Porto.

O Benfica começou o jogo a todo o gás. Com uma velocidade de ponta, os encarnados chegavam facilmente à área dos estudantes e, com apenas três minutos, Cardozo atirava a primeira bola aos ferros, neste caso à trave.

A pressão manteve-se e, pouco depois, foi Rodrigo que imitou o colega, atingindo o poste esquerdo da baliza de um atónito Ricardo, que nada podia fazer. O mesmo Cardozo voltaria a estar em foco ao obrigar o guardião da casa a defesa de recurso, numa altura em que o Benfica já podia ter o jogo praticamente resolvido.

Os primeiros 15 minutos da águia foram, assim, demolidores, mas sem resultados práticos e à medida que o jogo foi acalmando, a Briosa foi aproveitando para se reorganizar, acertar marcações e contra-atacar. Um pouco à semelhança do que fizera recentemente em Plzen.


Primeiro foi Marinho a avisar, bem secundado por Cissé, enquanto o Benfica surgia agora mais preso de movimentos. Num desses ataques rápidos, depois de um bom trabalho de Cleyton junto à linha, o brasileiro centra para a entrada da área, onde Maxi acaba por «atropelar» Makelele.

O lance não fica isento de polémica, pois deixa a sensação de que a falta ocorre ainda fora da área de rigor. Cissé, da linha dos 11 metros, não tremeu e colocou a Académica na frente, sem que nada, em bom rigor, o justificasse.

Cardozo voltou a visar os ferros, ainda antes do intervalo, e mostrava que os encarnados continuavam no jogo, mas foi igualmente através de um castigo máximo que restabeleceram o empate. Desta feita por mão de Rodrigo Galo, que acabou expulso, novamente num lance bastante confuso.

Depois da «conversa» com os postes, o paraguaio acertou desta vez e deu o mote para o cerco à baliza de Ricardo. Podia ser o clique que faltava ao Benfica para encetar a reviravolta, mas Garay deixou-se ultrapassar por Hélder Cabral e acabou por derrubá-lo, provocando (incrível!) a terceira grande penalidade da noite!

Wilson Eduardo fez o segundo para os da casa, a 20 minutos do fim, e Jesus não pode mais hesitar, lançando por fim Lima no jogo. E foi o ex-bracarense que relançou o jogo, a cinco minutos do fim, com uma «bomba».

Os nervos fizeram-se sentir para todos os lados, árbitro incluído, mas o resultado não se alterou e, pelo segundo ano consecutivo, o Benfica veio a Coimbra perder pontos. Na época passada, foi o adeus ao título. Este ano, tudo está ainda a começar, mas lá que o Mondego começa a ser aziago para Jesus, lá isso começa.


Destaques


A figura: Lima

A estreia do último reforço contratado pelo Benfica para a presente temporada fez-se com o sabor daquilo que despertou o interesse dos encarnados no antigo avançado do Sp. Braga: o golo. E que golo! Lima recebeu a bola de costas para a baliza, rodou sobre si próprio, e arrancou um remate a uns bons 30 metros da baliza. Indefensável e de uma importância extrema para os encarnados que assim evitaram a primeira derrota no campeonato. No restante tempo, demonstrou muita entrega, mas ainda algum (normal) nervosismo.

Cardozo

Quando for necessário explicar o tipo de jogador que é Cardozo este jogo pode muito bem ser utilizado como exemplo. Aos dois minutos falha de forma incrível um golo à boca da baliza, já com Ricardo fora do lance o paraguaio que só tinha de encostar consegue acertar na barra. Minutos volvidos, isolado sobre a direita permite a defesa do guardião da Académica. Depois disso surge aquele Cardozo que se torna enervante para os adeptos com inúmeros passes falhados. Ainda antes do intervalo volta a fazer brilhar Ricardo após um cabeceamento que ainda bate no poste. A abrir a segunda parte, no seu jeito de bater grandes penalidades em força, o Takuara faz o empate na partida. Depois volta a ter lances de deixar os cabelos em pé. Mas chega o final do jogo, e lá está Cardozo a liderar a tabela dos melhores marcadores, neste caso com cinco golos.

Matic

Não é pela posição de médio mais defensivo que o Benfica se pode queixar. O jogador sérvio foi um pêndulo defensivo que varreu todo o meio-campo. Fechou bem a zona central e esteve sempre muito atento a dobrar as subidas dos laterais. Muitas vezes foi ainda chamado a ser o primeiro a começar a construir.

Nolito

O espanhol é daqueles jogadores que dá sempre jeito ter à mão. A entrega ao jogo está sempre em altos níveis, quer comece de início, quer parta do banco. Entrado ao intervalo, demorou dois minutos a fazer agitar as águas da defesa academista. Foi seu o remate intercetado por Rodrigo Galo, que deu a oportunidade a Cardozo para empatar a partida.

Salim Cissé

Surgiu em campo como referência ofensiva dos estudantes. Os defesas centrais adversários nunca lhe deram grandes espaços, e por isso andou um pouco arredado do jogo. Contudo, quando foi chamado a intervir, na marcação da primeira grande penalidade, mostrou grande frieza e não desperdiçou a oportunidade. Já leva dois golos no campeonato. Nada mau para quem há um ano jogava como amador nos escalões secundários em Itália.

Wilson Eduardo

Depois do golo europeu a meio da semana, o jovem avançado emprestado pelo Sporting à Académica volta a fazer o gosto ao pé. O primeiro golo do internacional sub-21 português no campeonato deu na altura a vantagem à Académica, mas à semelhança do ocorrido na Liga Europa, foi insuficiente para dar a vitória aos estudantes.


Opiniões


Pedro Emanuel, treinador da Académica, em declarações à SportTV:

«Grande espetáculo, bem disputado. O Benfica entrou melhor do que nós. Tivemos sorte na parte inicial. Equilibrámos aos poucos, mas no final da primeira parte tínhamos mérito. Sabíamos que o Benfica ia atacar. A expulsão do Galo obrigou a reorganização. O espírito coletivo foi forte, os jogadores foram extraordinários. Sofremos 2-2 por demérito nosso. Depois de todo o esforço da equipa e do apoio dos adeptos, ficámos com um ponto. Foi uma lição».



Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações à Sport TV:

«Grau de complexidade aumentou com o que se passou,. Não vamos branquear. Aos 15 minutos já podia estar 3-0. O que se passou foi uma vergonha. Uma fora da área, a do Garay era falta ofensiva se fosse no basquetebol. Jogámos para sair com três, quatro golos. O que nos condicionou foi a arbitragem. Estivemos sempre em situação desfavorável. Os factos são visíveis. Depois de um excelente jogo, a equipa de arbitragem não esteve bem. Ajuizou mal dois lances».




Wilson Eduardo, avançado da Académica e autor do segundo golo da sua equipa diante do Benfica, em declarações à SportTV:
«Sabíamos que íamos ter pela frente uma equipa que luta pelo título. Entrámos a defender, como era de esperar, e depois conseguimos fazer o golo. Mas depois da infelicidade no início da segunda parte, em que sofremos o empate e ficámos com menos um, tudo se complicou. A equipa teve um espírito formidável e há que dar parabéns a todo o grupo, porque apesar de não sairmos com a vitória, não perder com um candidato ao título, sabe sempre bem.»

Sobre as dificuldades sentidas no final: «Não foi só com o acumular do cansaço de quinta-feira, mas além disso ficámos com menos um. O grupo é formidável e o espírito viu-se lá dentro, porque demos tudo pelos três pontos. Os meus golos? É para isso que trabalho todos os dias, espero que este ciclo continue, mas o mais importante são os pontos que a Académica tem de ir conquistando para atingir os seus objetivos.»



Ricardo, guarda-redes da Académica, em declarações no final do empate dos estudantes frente ao Benfica, neste domingo, em Coimbra:

«Há que realçar o espírito de sacrifício tremendo da nossa equipa. Foi um jogo complicado em que tivemos de defender a maior parte do tempo, mas a equipa deu uma resposta cabal e esteve à altura dos acontecimentos. Sabíamos que pontuar nestes jogos é sempre bom, e chegou uma altura em que percebemos que perante as circunstâncias do jogo era possível ganhar, mas tudo somado soube quase a vitória»

[sobre as grandes penalidades] «Sobre as que foram assinaladas a nosso favor não tenho nada a dizer. A que foi marcada na nossa área é um lance muito rápido, e não temos noção se é mão, ou não. Já me disseram que na televisão dá para ver que a bola bate na mão. O árbitro apitou, e não há nada a fazer. Vamos já pensar no próximo jogo.»


Makelele: «Primeiro quero ajudar a equipa do Benfica... ups!»


Makelele surgiu na zona mista equipado com as cores da Académica, mas com o discurso formatado para jogador do... Benfica, precisamente o adversário deste domingo.

Hoje em dia os jogos são preparados ao pormenor, com o visionamento de vídeos do adversário e tudo o que possa ajudar a um melhor conhecimento das equipas contra quem se vai jogar.

Pelo que foi possível perceber na zona mista, Makelele, médio brasileiro, bem disposto, e bom de bola, estudou de tal forma o clube da Luz, que até já se via vestido de encarnado, no final da partida.Inicialmente o discurso fluiu de forma normal:

«Num jogo destes em que ficámos com um jogador a menos, diante de uma equipa grande como a do Benfica, penso que foi muito bom este empate. Acho que o resultado não é justo, porque o Benfica foi ajudado. É normal, já no Brasil também é assim que contra equipas grandes, as de menor expressão têm de batalhar muito para vencer. Penso que estamos todos de parabéns.»

Mas depois, questionado sobre o futuro, o jogador trocou de camisola... duas vezes:

«Em primeiro lugar quero fazer história aqui, ajudar a equipa do Benfica, ups! [risos]... da Académica, e jogar na Liga Europa que é também um sonho meu.»

Sem nunca perder a compostura, nem o sorriso, o médio continuou: «Primeiro, vou pensar só no Benfica, oh, de novo! [mais risos]. [Recomeçando] Primeiro pensar na Académica. Depois se surgir uma boa venda poderei ir para uma grande equipa do futebol europeu.»

Apesar do discurso truncado, o que se lhe exige é que continue a deixar tudo em campo, como aconteceu no jogo deste domingo. E não se confundir mais em questão de cores, não vá o presidente da Académica chamar-lhe também¿ jogador camaleão!



Maxi Pereira, capitão do Benfica na partida frente à Académica, em declarações no final do jogo que ditou o segundo empate dos encarnados no campeonato, e que deixa o F. C. Porto a dois pontos de distância, neste domingo, em Coimbra: 

«Sinto que este foi um jogo em que fomos claramente prejudicados. As duas grandes penalidades que o árbitro assinalou contra nós prejudicaram-nos. Porque jogámos contra uma equipa que também queria ganhar, e dar-lhes duas grandes penalidades prejudicou-nos. A única coisa que peço é que este campeonato não se torne viciado por decisões dos árbitros, como o anterior. Nós somos trabalhadores como eles, mas quando acontecem estas coisas sentimo-nos enganados.»

José Eduardo Simões congratulou-se com a qualidade do jogo com o Benfica, mas criticou uma certa franja de supostos apoiantes da Briosa


«Quero dar os sinceros parabéns a todas as equipas que aqui estiveram, foi um jogo com grande intensidade, quase diria de campeonato inglês, e isso deixa-me muito orgulhoso, porque a Académica não habituada a ter de jogar dois jogos por semana. Mas, diante de um adversário de topo a nível nacional, conseguiu superar-se. Agradeço aos adeptos, mas têm de vir mais e gostaria que alguns deles deixassem de ser meros camaleões, que, quando vem cá o F.C. Porto, Benfica ou Sporting, vibram mais com os seus golos do que com os da Académica. Esses, devem ir para casa e refletir se os queremos cá.»

Minuto a minuto 




Outros


Adeptos do Benfica tentaram vandalizar sede da Mancha Negra

Minutos após o final da partida entre Académica e Benfica (2-2), alguns adeptos dos encarnados tentaram vandalizar a sede da Mancha Negra, claque oficial da Briosa, que se situa perto do Estádio Cidade de Coimbra.

Alguns dirigentes da claque dos estudantes estavam dentro das instalações da sede e acabaram por não se registar confrontos, mas a Polícia de Segurança Pública foi chamada ao local, serenou os ânimos, tendo identificado dois adeptos do Benfica.

De acordo com fonte policial, a tentativa de vandalização terá durado entre 10 a 15 minutos, mas os elementos da PSP de Coimbra destacados para o local colocaram termo à situação, impedindo assim males maiores.






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