28 de novembro de 2013

2013/2014 - 10J - Olhanense 0 - Académica 1


A Académica venceu esta segunda-feira o Olhanense por 1-0 numa partida que contou para a 10ª jornada da Liga ZON Sagres. Frente aos algarvios, um golo de Magique aos 17 minutos foi o que bastou para a Briosa amealhar mais três pontos na tabela classificativa e subir à 11ª posição do campeonato, com 11 pontos.

Numa partida disputada no Estádio do Algarve, a Briosa foi sempre o melhor conjunto em campo e chegou com relativa naturalidade ao golo, à passagem do minuto 17, quando Ivanildo serviu Magique para o único tento do desafio. O resto da primeira parte foi uma história de sentido único, com os "estudantes" a dominarem as incidências do encontro a seu bel-prazer.

Na etapa complementar, o guardião da Briosa continuou a ser um mero espectador e só foi chamado a intervir nos últimos instantes do desafio. Em duas ocasiões, Ricardo superiorizou-se a Dionisi que, primeiro de fora da área e depois na cara do guarda-redes academista, não conseguiu o empate que, diga-se, seria completamente injusto para a Académica.

Apesar de o encontro se ter disputado a uma segunda-feira, no Algarve, nota de destaque para a presença de três dezenas de adeptos da Briosa que fizeram questão de puxar pelos "estudantes" do início ao fim, revelando-se também decisivos na conquista destes importantes três pontos.

nº espectadores:  607

Crónica 

A Académica venceu bem o Olhanense e galgou para a 11ª posição da classificação. Magique marcou o único golo do jogo. O Olhanense continua a revelar muitos problemas, principalmente na organização ofensiva.

Aos 18 minutos, Cleyton trocou com Ivanildo, que isolou de forma brilhante Magique. O avançado da Académica, só com Vid Belec pela frente, desviou a bola subtilmente para dentro da baliza. Um lance bonito, mas mentiroso em relação à qualidade do jogo.

E uma mentira que comprovou a veracidade que tem sido a fraca produção das duas equipas até ao momento, com correspondência pontual na parte funda da tabela classificativa.

Ainda assim, a Académica mostrou melhores argumentos - principalmente coletivos – e mereceu a vantagem que levou para intervalo. O Olhanense, ainda em fase de assentar as ideias de Paulo Alves, encontrou muitas dificuldades organizativas, ainda para mais agravadas pela ausência de Rui Duarte, o único talhado para a função.

Essa fragilidade levou ao recurso ao pontapé para a frente, destinados, principalmente, a Femi Balogun. E, num desses momentos, o nigeriano foi solicitado por Kroldrup, valendo à Académica o corte de Marcelo, quando Femi entrava para golo. Foi aos 6 minutos e foi a única aproximação decente do Olhanense à baliza de Ricardo.

A espaços, e com o controlo absoluto do meio-campo, os estudantes conseguiam construir algumas jogadas que sobressaíram à pobreza do jogo. Tal acontecia quando Cleyton tinha bola e Ivanildo explorava o seu corredor. Mas sem complicarem a vida ao guarda-redes da equipa algarvia. Mas, pelo golo e pelos abanões, a equipa de Sérgio Conceição mereceu a vantagem obtida.

Dionisi é irrequieto e contagiante na forma de jogar. Foi a contar com isso que Paulo Alves lançou o italiano, após o intervalo. Dionisi bem tentou, mas não teve companhia para o ajudar a inverter o domínio da Académica. Dionisi teve que esperar pela entrada do compatriota Bigazzi, que deu alguma vivacidade ao lado direito do ataque do Olhanense, que nos minutos finais aproximou-se mais vezes da baliza adversária.

Numa dessas investidas, os algarvios pediram grande penalidade, num lance entre Makelele e Femi, alegando que o jogador da Académica tocou a bola com a mão. No tudo-por-tudo, os algarvios partiram o jogo e deram azo a saídas do adversário, mas sem perigosidade para a baliza de Belec.

Nos últimos instantes, o Olhanense poderia ter evitado a derrota, com Dionisi a ver ricardo negar-lhe o golo, já dentro da pequena área. O que seria injusto, porque os conimbricenses foram os menos maus num jogo muito pobre.

Opiniões 


Nas entrevistas rápidas à SporTV, Paulo Alves e Sérgio Conceição reconheceram que a intranquilidade das suas equipas roubou qualidade ao Olhanense-Académica. O primeiro sublinhou a falta de critério na construção ofensiva, o segundo disse ser justo o resultado e pediu confiança para o seu grupo de trabalho.

Paulo Alves (treinador do Olhanense):

«Faltou ter menos ansiedade e ter mais tempo a bola para construirmos melhor. Trabalhámos, lutámos, tentámos não perder e vamos agarrar nas coisas boas que temos. Vamos tentar conquistar pontos. Hoje acusámos a ansiedade e a importância do jogo. Não tivemos critério na construção».

«Não tenho por hábito queixar-me das ausências. Não tivemos o Rui Duarte e o Pelé, sim, e no banco tínhamos poucas opções para o meio-campo. Mas tenho sempre que valorizar os que temos».

Sérgio Conceição (treinador da Académica): 

«O jogo não foi espetacular. A Académica sabia o que tinha fazer. Marcámos e podíamos ter acabado com o jogo depois. As equipas estavam intranquilas e isso foi visível. Aliás no último minutos, num erro individual nosso, o Dionisi quase marcava. Seria totalmente injusto».

«Joguei em muitos clubes, treinei já três também e agradeço a todos os que me deram oportunidades. Não há sentimento especial por ter ganho ao Olhanense, apenas pelos meus atletas, pelos meus adeptos e esta direção. Peço que acreditem neste grupo».

Na conferência de imprensa

Sérgio Conceição, treinador da Académica, em declarações aos jornalistas na sala de imprensa do Estádio Algarve:

«Foi um jogo por vezes não muito bem jogado, também devido à vontade que as duas equipas tinham de pontuar. Abordámos o jogo da melhor maneira, conseguimos fazer o golo e tivemos entretanto outras situações para matar o jogo. Acabámos por, na parte final, quase colocar o resultado em causa. Isso acabou por não acontecer e, pelo que se passou nos 90 minutos, seria injustíssimo termos empatado o jogo. A vitória foi merecidíssima».

[Esperava que o Magique fosse decisivo?]
«Esperava. O grupo sabe que não olho a idades, cor da pele ou altura. Olho a quem me dá garantias e a quem trabalha. Não é que os outros não trabalhem. Tenho um plantel que se empenha, que tem ambição e semanalmente fazemos um trabalho competente, que não se tem traduzido em vitórias. A estratégia passava por deixar o adversário construir, porque não se sentia tão bem nesse aspeto, e estarmos mais baixos, apostando em transições rápidas. O Magique é um jovem, é rápido, tem ambição, quer mostrar-se e isto foi bom não só para o Magique, como para todos os jogadores».

[Teve um gosto especial vencer no regresso ao Algarve?]
«Não é um gosto muito diferente do que seria noutro lado. Agradeço a quem apostou em mim na I Liga como treinador principal e retribuí da melhor maneira, com boas classificações até à minha saída. O prazer de voltar é só porque tenho aqui casa, mais nada».

Ivanildo, extremo da Académica, em declarações após a vitória em Olhão: 

«A vitória é inteiramente merecida. Fomos a melhor em equipa e podíamos ter feito mais golos. O trunfo assenta-nos bem e é muito importante. A equipa tem qualidade para estar numa posição melhor. Hoje demonstrámos essa qualidade e temos de continuar assim nos próximos jogos».

Destaques 


A figura: Magique
Foi… mágica a jogada do golo de Magique! O passe de Ivanildo foi meio golo e o marfinense, isolado, não teve dificuldade em finalizar. A envolvência do lance começou no meio-campo, entre Cleyton e Ivanildo, com o Olhanense a ver jogar. Num jogo pobre, em que ninguém sobressaiu de forma sistemática da mediania, a frieza do avançado no momento da decisão, merece destaque. Até porque decidiu o jogo….

O momento: minuto 90+4
Ricardo garantiu a vitória da Académica, ao sair aos pés de Dionisi, já na pequena área, para defender os três pontos. Um momento quente de um guarda-redes que não teve trabalho durante o resto do jogo.

Outros destaques

Ivanildo
Seric esteve parado desde junho e ainda não tem o ritmo ideal. No entanto é experiente. Ivanildo meteu velocidade no jogo e aproveitou a paragem do croata para ser o principal condutor do jogo da sua equipa, estando nos poucos lances de perigo que o jogo teve.

Federico Dionisi
As poucas aparições do ataque do Olhanense foram efetuadas pelo italiano, que nunca vira a cara à luta. A sua entrada ao intervalo teve o condão de conseguir que o Olhanense olhasse também para a baliza adversária. Teve o empate nos pés no último lance do jogo, mas Ricardo negou-lhe a felicidade, com grande defesa.

Ao minuto 


90'Vence a Académica! Magique dá com justiça os três pontos aos homens de Coimbra
90'FIM DO Olhanense, (0) - Académica, (1)
90'O QUE FALHA DIONISI!!! Grande defesa de Ricardo na última jogada do encontro! Na cara do avançado
90'Bigazzi cruza e mais um corte da defesa de Coimbra!
90'Outro livre para o Olhanense... oportunidade derradeira
90'Cartão amarelo para Lucas
90'Cruzamento de Balogun, Halliche volta a tirar
90'Quatro minutos de descontos
90'RICARDO SEGURA! Mais um remate de Dioniso, rasteiro e forte
89'Bom cruzamento de Makelele, Kroldrup corta
87'Lucas Souza remata contra a barreira num livre prometedor
84'Entra Diego Gonçalves do Olhanense
84'Sai A. Seric do Olhanense
82'Grande arrancada de Djavan, antes de aparecer Luís Filipe. Bom jogador este lateral da Académica
81'Vid Belec afasta bem um livre de Cleyton
80'Entra Marinho do Académica
80'Sai Ivanildo do Académica
79'Bigazzi bate e John Ogu afasta de cabeça
78'Livre a favorecer o Olhanense em zona prometedora...
77'O Olhanense tenta agora com passes longos incomodar Ricardo
77'Balogun mete a bola na área estudantil, Halliche tira de cabeça
74'Boa oposição de Luís Filipe a um remate de Abdi
74'Vid Belec afasta um canto a soco. O Olhanense não consegue encostar a Académica, pelo contrário
73'Entra Bruno China do Académica
73'Sai Marcelo Goiano do Académica
70'Marcelo lesionado. Vai ter mesmo de sair, parece
68'Entra M. Bigazzi do Olhanense
68'Sai Paulo Regula do Olhanense
67'O Olhanense faz tudo em esforço, em sofrimento. Mais um mau cruzamento
64'Diakhité está em dificuldades, mas por agora fica em campo
63'Entra J. Ogu do Académica
63'Sai G. Magique do Académica
63'Passe longo de Lucas, Dionisi chega ligeiramente atrasado
62'MARCELO AO LADO! Bom remate após passe de Makelele
61'Cartão amarelo para F. Dionisi
61'Federico Dionisi podia ter sido expulso por uma entrada sobre Abdi
59'DIONISI AO LADO! É o primeiro remate com algum perigo do Olhanense
54'Livre de Cleyton e Lucas cede canto, de cabeça. Mais Académica
53'Muito bem Ivanildo! O cruzamento é bom, mas Seric antecipa-se a Abdi
51'Remate de Abdi, mais um, depois de um bom trabalho. Ao lado
48'Bom pontapé de Makelele!! A bola sai a rasar a barra algarvia
46'Entra F. Dionisi do Olhanense
46'Sai João Ribeiro do Olhanense
46'Recomeça o Olhanense - Académica
45'O golo de Magique dá uma vantagem justa aos estudantes num jogo pobre. Tantos problemas para Paulo Alves
45'Intervalo no Olhanense - Académica
43'Tentativa de Abdi, mas sem perigo. Sai muito por alto o remate
42'Defesa de Vid Belec! Djavan remata de pé direito, à entrada da área
42'Bom lance do Olhanense pela direita, com Luís Filipe a cruzar e Marcelo a tirar
40'Três cortes sucessivos de Kroldrup, todos de primeira e para bem longe
39'Tira bem a defesa da Académica!
38'Outro livre para o Olhanense na esquerda...
37'Vários cruzamentos da Académica para a área algarvia. Os estudantes estão por cima
35'Mais um livre para as luvas de Ricardo. Agora marcado por Paulo Regula
33'Per Kroldrup faz um excelente corte de cabeça! Magique estava nas costas para finalizar
32'Cleyton bate livre na direita, afasta a defesa do Olhanense!
29'TIRO DE CELESTINO! A bola sai forte, mas um pouco ao lado!
27'Remate disparatado de Paulo Regula! Muitos problemas ofensivos no Olhanense
26'Femi Balogun cruza da esquerda e Ricardo sai da baliza para agarrar
24'Ivanildo trabalha bem na direita, sobre Seric, mas depois cruza mal
22'Assistência para golo de Ivanildo
20'Passe brilhante de Ivanildo a isolar Magique! Vid Belec sai da baliza, mas o avançado de Coimbra desvia a bola subtilmente
19'GOOOOOOOOOOOOOOOOOLO de G. Magique
18'Celestino cabeceia muito por cima!
18'Falta de Halliche sobre Mehmeti... livre a favor do Olhanense
12'Falta ofensiva sobre Vid Belec, guarda-redes do Olhanense
10'Bom remate de Cleyton! Vid Belec encaixa com segurança
8'CORTE DECISIVO DE MARCELO! O passe longo de Kroldrup é excelente e Femi Balogun ficaria perto do golo!
6'Cruzamento muito largo de Luís Filipe, Ricardo segura com alguns problemas
5'Fernando Alexandre, Ivanildo e Abdi fizeram parte do plantel do Olhanense na última época e, do onze inicial dos algarvios só têm como ex-companheiro, Luís Filipe.
1'Começa o Olhanense - Académica
0'Suplentes: Ricardo, Mladen, Daniel Bessa, Diego Gonçalves, Vítor Bastos, Mirko Bigazzi e Federico Dionisi
0'OLHANENSE: Vid Belec; Luís Filipe, Diakhité, Kroldrup e Seric; Lucas Souza e Celestino; João Ribeiro, Regula e Femi Balogun; Mehmeti.
0'JÁ HÁ EQUIPAS OFICIAIS!
0'Os quatro guarda-redes já fazem exercícios de aquecimento
0'O Reading, Southampton, Córdoba e Benfica também vão ter emissários a assistir ao jogo
0'Curiosidade: três clubes polacos pediram acreditação para o jogo. São eles o Lech Poznan, o Wisla Cracóvia e Légia Varsóvia
0'12 graus centígrados no Algarve. Está frio, sim, mas nada comparável a outras regiões do país
0'ACADÉMICA: Ricardo; Marcelo, Aníbal Capela, Halliche e Djavan; Fernando Alexandre e Makelelé; Ivanildo, Cleyton e Abdi; Magique.
0'Suplentes; Peiser, Marinho, Manoel, João Real, Bruno China, Diogo Valente e John Ogu.
0'O árbitro é Manuel Oliveira, do Porto
0'Equipas em campo para aquecimento
0'O Olhanense tem nove pontos e a Académica menos um. Jogo muito importante para os dois lados
0'Em 45 confrontos oficiais, os algarvios venceram 21 e empataram 13, com 11 vitórias para a equipa de Coimbra, que em Olhão apenas venceu uma vez: foi na temporada de 2011/2012
0'Jogadores recolhem aos balneários, poucas pessoas nas bancadas
0'Equipas em campo! Estarão cerca de 300/400 espetadores. Muito mau
0'A Académica veste de branco, o Olhanense vem com o traje habitual
0'Boa noite! Olhanense e Académica encerram a jornada 10 da Liga. O Maisfutebol segue a partida AO MINUTO a partir do Estádio Algarve

Outros 


Pode não haver golos, mas há Magique;  Como se «inventa» um ponta-de-lança em Coimbra

Sérgio Conceição já tinha experimentado de tudo na frente de ataque da sua Académica. Primeiro foi Buval, depois Manoel, e a seguir Rafael Oliveira, afinal os três pontas-de-lança do plantel. Pelo meio, também improvisou com Abdi. Não resultou.

Semana após semana, o jovem técnico foi confrontado com a dura realidade: a Briosa tem o pior ataque da Liga. Não era embirração dos jornalistas, o facto era demasiado óbvio, e o próprio nunca fugiu do tema. Na segunda-feira, veio a surpresa.

Era óbvio que algo tinha de mudar na deslocação ao Algarve e as «apostas», na conferência de antevisão da partida, apontavam para os nomes mais lógicos. Ogu havia sido testado a meio da semana, Abdi, lá está, fora opção anteriormente, e, calma ai, sobrava também o único 9 disponível, Manoel. O brasileiro, de resto, surgiu na equipa provável de todos os jornais.

«O Magique, também pode ser o Magique…», ripostou Sérgio Conceição, para espanto da sala. A colher de chá, que ninguém quis tomar, estava lá. Não o levaram a sério. Como é que um miúdo, ainda por cima extremo, e sem qualquer minuto no campeonato, podia arcar com tamanha responsabilidade? Mas pôde.

O jovem (20 anos) marfinense, em noite de estreia, apontou o golo da vitória coimbrã e retirou a equipa do último lugar da tabela, para onde caíra após a vitória do P. Ferreira. Mesmo não sendo ponta-de-lança, teve a calma suficiente para desviar a bola do guarda-redes do Olhanense, após um magistral passe de Ivanildo. Com classe.

A vida corre-lhe bem. Há quinze dias, para a Taça de Portugal, também foi dele o último penalti, aquele que deu a vitória no desempate frente ao Ac. Viseu. Mas se Sérgio Conceição lhe colocou essa pressão sobre os ombros, é porque sabia o que tinha ali.

O rapaz que, há dois anos, debutou na Liga ainda como júnior, numa partida com o Benfica, pela mão de Pedro Emanuel, foi uma das «exigências» do antigo internacional português. Depois de uma temporada de empréstimo ao Trofense, a ideia era mantê-lo no plantel principal e ajudá-la a desabrochar. De uma vez por todas.

Um rebelde tático aprimorado por Pedro Emanuel

«Quando o recebemos, via-se que era um miúdo com um potencial enorme, mas taticamente um pouco rebelde, um pouco selvagem. Aquilo que é, afinal, um jogador africano. Agarrava-se muito à bola e tinha dificuldades posicionais, sobretudo a nível defensivo», relata ao Maisfutebol Rui Silva, o primeiro treinador de Magique em Portugal.

Esteve apenas uma época nos juniores, mas seis meses bastaram para que Pedro Emanuel o lançasse no tal jogo frente ao Benfica, que terminou empatado. «Fomo-lo trabalhando, até que, quando passou a trabalhar com os seniores, deu um grande salto», recorda o técnico, à altura responsável pela equipa de juniores.

Entre os mais novos, o marfinense jogava como número 10, no vértice do losango do meio-campo, mas foi a pedido de Pedro Emanuel, que lhe reservava outros planos, que passou a atuar com ala. Concluiu a época (2011/12) com o plantel principal, embora tivesse continuado a jogar pela equipa júnior sempre que não era convocado.

«Já me disseram que faço coisas extraordinárias»

Fora do campo, as qualidades de Magique eram menos exuberantes. «Era reservado, mas tinha uma caraterística muito interessante: sabia ouvir os treinadores. Respeitava-os e tentava cumprir os conselhos», afiança.

O protagonismo repentino do antigo pupilo não o surpreende. «É muito evoluído tecnicamente, aquilo a que se pode chamar um fantasista, e excelente a finalizar, principalmente em potência. Depois, como é forte fisicamente, aguenta bem o contato, e sabe proteger a bola, mas é muito móvel. Penso que foi por isso que o Sérgio o meteu a ponta-de-lança», analisa.

De ideias fixas como é o treinador da Académica, é bem provável que Magique volte a ser a principal referência do ataque estudantil já este sábado, para se digladiar com a defesa do FC Porto.

Sissoko, o exemplo a seguir na parceria em banho-maria

A parceria entre a Académica e o Cissé Institut, da Costa do Marfim, já tem vários anos. Na generalidade, como aconteceu por exemplo com Magique, os jogadores chegavam para a equipa de juniores, e os mais talentosos acabavam por chegar ao plantel principal.

Ibrahim Sissoko foi, definitivamente, o caso de maior sucesso. Destacou-se na primeira metade da época 2011/12, depois de maturar nas camadas jovens, e, em Janeiro, com apenas 20 anos, foi vendido ao Wolfsburgo por 1,8 milhões de euros. Foi a terceira maior transferência da história da Académica, depois de Marcel (3,5 milhões) para o Benfica e Kaká (2 milhões) para o Hertha de Berlim. Está atualmente emprestado aos franceses do Saint-Étienne.

Desde 2007 perto de uma dezena de marfinenses passaram pela Briosa, com destaque para os pioneiros Fofana/Vouho, que ainda apanharam Manuel Machado e, logo a seguir, Domingos Paciência. O último ainda trabalhou com André Villas Boas. Não vieram ainda com o selo da escola criada pelo antigo jogador da Naval, mas já o tinham como patrono.

A colaboração, todavia, perdeu força nas últimas duas épocas. As camadas jovens deixaram de pretender estrangeiros, e, esta época, por exemplo, além de Magique, a Académica mantém ligação apenas a dois outros jovens do país de Drogba: Issouf e Ouattara, o primeiro emprestado à Naval, e o segundo ao Ac. Viseu.

Será apenas uma questão de gestão de recursos, pois a cooperação tem sido benéfica e pode, a todo o momento, ser reatada.

in AAC-OAF, Maisfutebol,

Outros 

Com a vitória em Olhão a Académica saiu do 16º lugar da Liga e saltou para a 11ª posição com 11 pontos.

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