30 de janeiro de 2014

Salvador Agra: clone de Sérgio Conceição é arma contra o Sporting

O extremo que faz lembrar o técnico quando jogava


Salvador Agra era um desejo antigo de Sérgio Conceição. Depois de o treinar no Olhanense, o jovem técnico ficou alerta, qui-lo no último defeso para a Académica, mas o Sp. Braga teve outro poder de sedução, e o reencontro só se concretizou há um par de semanas.

Um final feliz para uma relação especial, um problema resolvido no ataque da Briosa, depois da saída de Abdi para a Turquia. Mas o que tem de tão peculiar Salvador Agra para que o treinador tenha insistido tanto e esperado, com paciência de chinês, para o ter de novo sob as suas ordens?

Num recente conferência de Imprensa, o antigo internacional deixou algumas pistas. Sem querer individualizar, algo que raramente faz, deixou escapar que recém-recrutado pupilo interpretava bem o jogo como ele pretendia para um extremo.

Autoridade na matéria, fruto de vários anos ao mais alto nível naquele posto, Conceição sabe bem o que procurava e encontrou-o em Salvador Agra. Estaria e ver-se ao espelho? É pelo menos assim que o jovem avançado interpretou as palavras elogiosas do técnico. Pelos vistos, nem foi ocasião única.

«É bom. Aprendi muito nos seis meses em que estive com ele em Olhão. Já não é a primeira vez que ele diz que se vê a si próprio em mim, na maneira de jogar. Fico feliz por isso porque ele foi um grande jogador, passou por grandes clubes. É um sonho para qualquer jogador passar por onde ele passou», diz, orgulho, o reforço estudantil.


Ora se esta identificação entre mister e jogador já vem de trás, o que estará na sua origem? A estatura não é muito diferente, ainda assim Sérgio Conceição é mais alto pelo menos 10 centímetros.

Agra ri-se quando lhe falam da altura, e não vai por ai. Prefere destacar outras caraterísticas mais profícuas em campo, que, no seu entender, terão levado o técnico a ver nele um bom candidato ao seu legado.

«O que ele vê em mim? A garra, o querer, a ambição, o disputar cada lance como se fosse o último, e por estar sempre pronto a ajudar os meus colegas, que é o mais importante. É um orgulho enorme, toda a gente que viu o Sérgio, que sabe o jogador que era, é uma alegria enorme, não há explicação», enumera, orgulhoso da comparação.

Concorrência em Olhão? Nada disso…

Sérgio Conceição deixou de jogar há pouco tempo e, de quando em vez, ainda faz uma perninha nos treinos, se for preciso equilibrar as contas nalgum jogo ou num trabalho tático. Diz quem priva de perto com ele, que ainda mantém um nível bastante elevado.

«Integra-se quando falta alguém nas equipas e continua a jogar muito. É alguém muito simpático, boa pessoa, com grande caráter, e trabalha bem», dizia há dias o avançado Moussa, outro dos reforços de Inverno dos conimbricenses.


Por manter essa frescura e disponibilidade, era inevitável perguntar ao jovem extremo se a admiração que sentiu no Olhanense quando soube que ia passar a conviver diariamente com uma antiga estrela da seleção o levou a temer ter ali um rival pela disputa do flanco direito.

«Quando o vi chegar a Olhão, fiquei um pouco surpreso por ser o Sérgio o meu treinador. Concorrência em campo? Não, isso não. Fiquei contente porque ele meteu um ambiente extraordinário e aqui também, está-se a refletir, porque estamos muito fortes, e vamos dar muitas alegrias às pessoas», realça.

Sporting para limpar imagem do primeiro jogo

Os estudantes deslocam-se a Alvalade no melhor período da época. Somaram diante do Gil Vicente a terceira vitória consecutiva em jogos oficiais (contam apenas com triunfos em 2014) e olham para esta partida como uma oportunidade de limpar a imagem deixada no desafio da primeira volta.

No final desse jogo, Sérgio Conceição, ao seu estilo, não foi meigo com os jogadores, apontou erros individuais e coletivos, e lamentou sobretudo a forma macia como a equipa defendeu. Agora, tudo será diferente.

«Acreditamos seja com quem for, que podemos ganhar, já demonstramos isso, que temos qualidade para isso, agora é deixar tudo em campo, acreditar até ao fim, e penso que vamos ter muitas alegrais, e trabalhar sempre ao máximo», afiança Agra.

A confiança da equipa, agora em terrenos muito mais confortáveis, tornará também muito mais fácil o necessário apelo ao brio: «Sporting é o Sporting, mas também temos um símbolo a proteger, e dizer nós somos Académica, estamos aqui para encarar o jogo como eles vão encarar também.»

in maisfutebol 

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