7 de julho de 2014

Académica contrata guarda-redes que defendeu penálti de Neymar

Lee Winston fala dos amigos David Luiz, a quem pediu conselhos, e Ronaldinho Gaúcho, enquanto conta os dias para chegar a Coimbra

A sucessão de Ricardo em Coimbra vai fazer-se com sotaque do outro lado do Atlântico. Lee Winston, o «goleiro» escolhido, deve chegar esta semana e, na mala, traz um passado de glórias, e convívio estreito junto de alguns dos mais famosos craques brasileiros.

«Em todos os times por onde passei sempre me dei bem, sempre consegui títulos, e na Académica não será diferente», começa logo por avisar o jogador, na primeira entrevista publicada em Portugal, para o Maisfutebol.

A auto-confiança não é para menos. Revelado no Vitória da Bahia, Lee foi unha com carne anos a fio com David Luiz. A atitude do central da seleção brasileira, confortando James Rodriguez, após a eliminação da Colômbia da Copa aos pés do Brasil, não o surpreendeu.

«O David é isso mesmo. Um coração mole, um ser humano excelente. São estas atitudes que fazem o que ele é. Foi meu companheiro durante muitos anos, no Vitória, e falou-me muito bem do futebol português, assim como o Edcarlos, que jogou no Benfica», destacou.

Académica contrata guarda-redes que defendeu penálti de Neymar

«Ricardo? Confio no meu potencial»

Em Coimbra, já sabe, vai ter de arcar com a responsabilidade de substituir Ricardo. «Estou preparado. Claro que vai ser diferente, mas já passei por isso antes, outras adversidades, e, felizmente, sempre desempenhei bem o meu papel», sublinha.

«Sei que não vai ser fácil substituir um ídolo da torcida, que fez história na Académica, mas acredito que posso fazer um excelente trabalho e confio no meu potencial. Quero ajudar a minha equipa e prometo, acima de tudo, dar o máximo de mim», acrescentou.

Aos adeptos, o guardião faz uma apresentação sucinta, destacando alguns pontos fortes: «Saiu bem, jogo à vontade com os pés, tenho capacidade de liderança, e sou muito profissional. Ídolos? Não tenho. Tento observar e extrair o máximo de cada um que me interessa, apenas isso.»

Quando se decidiu pela Briosa, Lee procurou toda a informação possível na internet, registou o nome do treinador de guarda-redes (Bruno Veríssimo), e gostou do que viu. «Procurei ler todas as matérias relacionadas com a Académica e sei que é um time com muita tradição. A cidade é muito bonita pelo que vi das fotografias», elogiou.

Treinar com Ronaldinho Gaúcho... nas folgas

O quadro de bons (e famosos) amigos do novo guarda-redes da Académica não ficaria completo sem... Ronaldinho Gaúcho. O ídolo dos adeptos do Galo, exímio na arte das bolas paradas, gostava tanto do trabalho que Lee lhe dava nos treinos para fazer golos, que só queria treinar com ele.

«Por vezes, em dias de folga, ao domingo, por exemplo, quando não tínhamos jogo, ele ligava e íamos treinar só os dois. Por quê? Porque eu tentava dar sempre o máximo para defender e desfrutar. Acabávamos por nos ajudar mutuamente, era uma ótima aprendizagem. Temos uma relação muito estreita», conta.

No final dos treinos, costumava haver esse duelo, sempre com empenho e adrenalina nos píncaros. «É claro que tinha de haver apostas entre nós e quem perdia tinha de fazer flexões ou abdominais, mas era muito divertido», complementa.

O dia em que Lee defendeu a cavadinha de Neymar


A vida de Lee Winston tem sido assim, cheia de histórias para contar, mas deixámos a melhor para o fim. Já imaginou Neymar a ser apupado pelos próprios adeptos? Aconteceu em 2010, na Vila Belmiro, mítica casa do Santos. Tudo por causa de uma cavadinha, como lhe chamam no Brasil. Por cá, demos-lhe o nome de penálti à Panenka. Correu mal. Quem defendeu? Já sabe a resposta...

«Era o primeiro turno da final da Copa do Brasil e fiz uma das melhores exibições da minha vida. Estudei como ele batia estas bolas e aguentei até ao último segundo. É uma questão de momento e de tomar a decisão certa. A torcida ficou brava com ele e deu-lhe uma vaiada. Fiquei muito feliz, apesar de termos perdido (2-0)», recorda, enquanto conta os dias para vir para Coimbra:


«Estou apenas a tratar de alguns detalhes com o clube daqui e, logo, logo, chego ai. Aliás, já devia estar a trabalhar com os meus novos companheiros. Mal posso esperar. Se tudo correr bem, devo partir esta semana.»

Veja aqui o ponto alto da carreira de Lee Winston:



in maisfutebol 

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