23 de maio de 2016

«Maior erro foi não ter ido embora a 2 de fevereiro» - Filipe Gouveia

Falhado o objetivo de manter a Académica no principal escalão do futebol português, Filipe Gouveia explicou o que correu mal.

Filipe Gouveia

«Logo em outubro, marcámos uma primeira reunião para tratar do reequilíbrio do plantel. Disse ao presidente que precisávamos de reforços, mas mais importante era emagrecer o plantel. Tínhamos 30 atletas. Isso é inconcebível. Não dá para trabalhar convenientemente com tantos jogadores. Pode haver quem o faça e eu respeito, mas entendo que não é o ideal. Abriu-se e fechou-se o mercado de transferências e quase tudo continuou igual. Falharam com o prometido e o meu maior erro foi não ter ido embora imediatamente a seguir, a 2 de fevereiro», disse em entrevista a A BOLA, explicando que não saiu devido a «um pacto» com os jogadores.

«Por causa dos jogadores e da Académica, que além de ser uma instituição grandiosa me merece o máximo de respeito, fiquei. Havia a séria esperança de que era possível garantir a permanência. Se tivesse saído, porventura, nem seria incluído no rol de culpados de algo contra o qual lutei com todas as minhas forças», referiu.

Assumindo que «por norma, o treinador é o mau da fita», Filipe Gouveia considera que «os grandes culpados foram as pessoas que escolheram o plantel no início de época» e rematou:

«Todos sabem quem fazia e desfazia na Académica, quem escolheu o plantel e não foi capaz de encontrar solução para os jogadores que era necessário dispensar. O presidente tinha sempre a última palavra, mas havia pessoas que lhe deviam ter alertado para os riscos que corríamos e nada disseram. Nomeadamente, numa reunião em que o presidente saiu porta fora. Deviam ter dado um murro na mesa... Só eu tive a coragem de lhe dizer o que estava mal, o que era preciso melhorar.» 

in abola

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